sábado, dezembro 30, 2006

Pablo Montevideu

Assumindo meu alter ego antigo Pablo Montevideu. Fico pensando como é uma proeza se fazer notar, ainda mais se fazer apaixonar, amar, para outro alguém, concorrendo com trilhões de estímulos externos. E isso passa tão razo e despercebido pela sociedade.

Como se a percepção humana fosse incapaz de entender fabulosa atividade inter-pessoal que realizamos. Num sábado de forca, revivemos momentos medievais, minha percepção compreendeu que ditadores totalitários são indispensáveis pra que haja organização e paz, pra certos tipos de sociedade.

Adorei Sadam, sua cara de "Pau no cu de vvocês todos", como se ele estivesse na fila pra tirar segunda via de RG do poupatempo.

"Vamos, aonde você irão apertar, aqui?...devo me sentar, ajoelhar"



quinta-feira, dezembro 28, 2006

Um conto do Império das Causas Perdidas


Tava na cara. Que o dia seria o diabo. Todos os dias, de sempre e sempre, ao acordar eu molho o rosto, limpo o nariz, faço xixi. Logo depois escovo os dentes, gargarejo o anti-séptico, passo fio dental. Depois de tudo isso, desvazio o intestino, se é que me entendem.
Então, ligo o chuveiro, no morno, porque o quente não funciona mais e o frio, logo pela manhã, não dá mesmo. Tomo um banho de exatos 7 minutos, limpo e lavo bem todas as entranhas externas do corpo, meio dos dedos, dobras do joelho, suvaco, e bem, etc.
Depois de tudo isso, preparo meu café, torradas na torradeira, manteiga no prato, café com leite instantaneo. Começo a ler o jornal, ligo a TV, o rádio na cozinha, pego os sapatos, aperto a gravata. Como tudo e finalmente depois de procurar uns 2 minutinhos as chaves do carro, saio de casa.
Só que nesse dia, nada foi assim. Eu acordei e não fui molhar o rosto. Tive de sair correndo para a privada, porque meus intestinos acordaram antes que eu. No caminho escorreguei na porra do tapete na entrada da suite e levei um capote. Junto ao capote liberei as tripas e como se fala aos bebês "fiz cocô nas calças". Melhor dizendo na cueca, justo um modelo box novinho em folha. Que merda, literalmente.
Com o cheiro de bosta pelo quarto, tive de tomar banho, limpar o chão acabei me atrasando. Nada de escovar dentes, faço isso depois na empresa. Suado, com um banho desgraçado, vou tomar ao menos um café. Quando ligo a cafeteira, ela explode, apaga todas as luzes. Um curto justo agora. Que seja, sem café mesmo. vou tomar água com uma maça. Mas cadê a maça, não fiz feira ontem. E porquê não fiz feira, deixa me lembrar. Ah que se dane.
Então coloco a camisa por dentro das calças, de qualquer jeito e chego até a garagem. E quando percebo que estou preso em casa. O curto ferrou a eletricidade, o portão elétrico é inutil sem eletricidade. Maldita hora que coloquei essa joça, maldito quem inventou isso, alias maldito o descobridor da eletricidade. E agora, como vou sair, hoje tenho reunião. Sou advogado, de uma porra de empresa de seguros, e tem uma causa importante no forum. Muita calma, vamos pensar. Vamos, quem, sou eu e mais quem, afina. Porque esse plural seu otário?
Tudo isso por culpa de um piriri na hora de acordar. Droga deve ter sido a bebedeira de ontem. E eu pensei em voltar cedo pra casa, sabia que não daria certo. Porra, pensei, lembro bem que eu pensei justo assim - se eu começar a misturar bebidas e essas comidas mexicanas, maldita festa mexicana, amanhã terei uma bela dor de barriga e vou me ferrar logo de manhã. Sim eu pensei, eu previ tudo isso. Sou um profeta.
Sim, sou um predestinado. Isso tudo aconteceu, mas noutra realidade. Ainda bem que sou um predestinado e posso visitar essa realidade e voltar para essa daqui. Nessa daqui eu não bebi nada, deixei a festa antes das 22 horas, cheguei em casa sóbrio antes da meia noite. Tomei um banho, uma sopinha light e dormi escutando New Age no meu Ipod. E acordei muito bem.
Imagem - Os gêmeos (hidrográficas, colagens e digitalização). Um conto "warm up" para o Império das Causas Perdidas, que pela benção de Neil Gaiman, Moore, Elis e Eisner, sai em 2007. Agora sumam.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

crônica - Onde estão as bisexuais lindas, gostosas e inteligentes

Segundo uma amga/sócia de aventuras conjugais e astrológicas, elas estão quase extintas ou moram longe pacas e sao casadas. Bem, temos um trato e dividimos o lucro por igual. Apesar dos tiros "n´ agua", sobram-se risadas e discussoes filosóficas à três, eventualmente à quatro via MSN ou até mesmo via aquele aparelhinho esquecido que Grand Bell inventou...o telefone. A seguir a reprodução de uma conversa investigativa intra-pessoal via meios eletronicos. Nao tentem isso em casa

Minha sócia é direta...

- Quer transar a três? (pergunta minha sócia a jovem manceba)
A menina responde...
- Eu, você e mais uma amiga, certo?
- Nossa conversa se encerra aqui. (exclama minha sócia)
- Porque? (assustada a guria)
- Pq eu só transo eu, uma mulher e um homem. (rebate minha amiga)
- Ok eu topo (sem pestanejar)

Elas sempre topam...aí depois eu entro na jogada...

- Ola prazer, estava eu passando quando vi duas moçoilas de aparencia tão bela sozinhas em conversa calorosa. (um lorde)
- Hahaha, nao liga nao esse é meu socio, é dele que falei (sou introduzido à conversa)
- Ah, oi lindo (Juju fala, apelido dela)
- Hum, sou lindo pq me achou lindo, ou porque vc chama todos de lindo. (retruco)
- Huahuauha, ele é bem humorado, nao acha Juju? (minha sócia enrola a menina)
- claro linda

(pausa, eu falo pra minha sócia em OFF - acho que estamos falando com uma maitaca)

- entao Juju, manda sua foto pra gente ver...(indo aos finalmentes)
- Ah linda (maitaca so repete a mesma palavra), formatei o PC e to sem foto

PUTZ, ESSA É VELHA

- Entao eu ligo pra vc Juju, me dá seu celular aí, ligo agorinha? (réplica)
- Ah nao tô achando...(esquiva-se Juju)
- O que, perdeu (falo eu)
- Sim, perdi o celular (fala a Juju)
- Putz (DIGO EU)

SERÁ QUE ELA PERDEU O CEL OU ENFIOU EM ALGUM LUGAR NADA ORTODOXO??? huauhahuauha em OFF

- Juju, vou ligar no seu cel, me da o numero. Quando ele tocar vc descobre onde ele tá. (sacana minha sócia)
- Isso MESMO, caça ao tesouro (eu via isso no Passa e Repassa com celso Portioli - rimos muito em OFF)
- Huahuauhauha (finge rir a Juju que deve estar puta)
- VAI JUJU, "nao diga alô diga Boa Noite Brasil". (exclamo eu, rindo e gargalhando em OFF com minha sócia)

DEPOIS DE TUDO ISSO, CANSADOS DE RIR RESOLVEMOS CAIR FORA

- Bom Juju, preciso dar comida ao Charlie meu peixe dourado (me retiro à francesa)

É OU NAO É FODA ACHAR UMA FODA A TRÊS NESSE MUNDO VIRTUAL HEIM... ;-P



sexta-feira, dezembro 08, 2006

A pessoa errada

Eu sou a pessoa errada. Ainda assim, a pessoa errada, é quem te faz perder a cabeça, a hora, a vida; talvez morrer de amor.

Mas de amor ninguém morre, é muito mais fácil nascer dele. No descuido da paixão, do tesão, da pressa, na ausência das preliminares, na selvageria, na agressão. É tão bruto, tão o tal. É também, o senhor amor, fruto da razão. É sentimento prepotente e arrogante. Se o sexo é amor, somos filhos legítimos amados, e bastardos gozados.

Eu errei. Não, na verdade sou como um cometa, que sabe que em algum lugar do tempo e do espaço vai colidir e explodir. Eu, rumo em direção a minha futura colisão. Eu sei, a hora derradeira vai chegar. É assim que eu vivo, que eu conquisto, absoluto da certeza e da verdade que irei explodir em milhares de fragmentos. E eu sei, que vou ferir alguém em algum lugar.

E de cada caco, de cada pedaço que me sobrar, ficarão as marcas do tempo passado. Eu sou a pessoa errada, que faz amar do jeito incerto, que faz sofrer do jeito gostoso.

Eu sou a pessoa errada que dá luz aos loucos na escuridão, que fornece as palavras aos poetas em perpétua rouquidão. Eu sou sua voz, mesmo nos prantos de solidão. Sou eu dono de sua loucura, sou eu pessoa obscura. A vida sem o errado é uma certeza incolor. Eu fui seu motivo, sua inspiração.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

It´s me




quinta-feira, novembro 30, 2006

Make-Off (ilustrações do vídeo shout)


Preview final de imagens. Ao todo devem ter sido umas 60 ilustrações.


Técnicas: grafite, pastel seco, guache, lápis de cor, hidrográficas, recortes, sobreposição de imagens, fotografia digital, digitalização e arte final em computação gráfica.

O vídeo final está nesse blog. Au revoir espíritos.

Make-Off (ilustrações do vídeo shout)


Make-Off (ilustrações do vídeo shout)


Make-Off (ilustrações do vídeo shout)


Make-Off (ilustrações do vídeo shout)


domingo, novembro 26, 2006

The Empire of the Lost Causes...babe


Estou cansado. O trabalho criativo parece ser coisa de criança, brincadeira de designers e redatores, que ficam olhando pro céu esperando a idéia surgir. Se eu fosse pedreiro, trabalhando levantando laje estaria menos estressado. Bastaria dormir 7 horas por dia, fazer boas refeições e o corpo estaria bem. Mas escrever um roteiro complexo, ilustrar, fora outras coisas, sem contar minha terrível auto critica, não basta dormir as 8 horas da Associaçao Mundial de Saúde. Alias, eu quase nunca durmo. Enquanto eu não mandar pra editora as copias em CD e em papel, com toda a saga, os desenhos, eu não vou ter paz. Mas enfim, o roteiro tá quase do jeito que imaginava. Aí está o logo, eu acho que é esse.

Meu lado designer gráfico tá de férias. Eu estava relutando em ilustrar meu próprio roteiro, mas percebi que ao menos a primeira fase da saga, teria de estar ao meu domínio. Mas ao ser publicado, a partir da segunda eu abandono o lapis e grafite e passo a escrever. Não tenho mais saúde mental pra ambas as coisas. Espero até lá meu editor não desanime.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Spider Jerusalem


Esse é Spider Jerusalem personagem da saga "Transmetropolitan" de Warren Ellis. Tirando o fumo transloucado de cigarros e uso de drogas futuristas, de resto é o personagem dos graphic books que mais se parece comigo. Bom, eu tenho cabelos e ele também os tinha, até sofrer um pequeno acidente tecnologico. Spider é um jornalista colérico, sarcástico, que tem o sangue quente, que ferve ironias contra o mundo.

Tanto ferve que explodiu e foi se refugiar nas montanhas, bem longe do estrelato, da fama e das luxurias da sociedade. O novel se passa numa Terra futurista sem uma data revelada pelo autor. O autor bem, é um dos meus favoritos, com uma narrativa que ainda não havia lido nas HQ´s. Warren mantém a linhagem britânica, dos grandes "story tellers" como Allan Moore o eremita gigante, Grant Morrison e o mestre Neil Gaiman. Warren é "do caralho" como a criançada gosta de falar. Spider Jerusalem foi baseado em Hunter Thompson, mas poderia ser baseado em mim (foda-se a modéstica). Spider eu te mando uma cópia do meu best seller autografado seu bastardo filho da puta ;-) Au revoir...

domingo, novembro 12, 2006

Free comentários

Nem havia percebido que somente usuarios do blogger estavas aptos a deixar comentários, mas já alterei e agora qualquer individuo, cidadao, fantasma, poderá se manifestar....

quarta-feira, novembro 01, 2006

Shout babe shout

Vídeo Guerrilha - Shout

Baseado em ilustrações.

Arte e Edição - eu mesmo (of course)

sábado, outubro 21, 2006

O império das causas perdidas


As soon as possible the book trailer will be here...haya

domingo, outubro 08, 2006

O império das causas perdidas


O Império das Causas Perdidas. É pra ser um Graphic Novel, mas tá saindo uma bela novela. Novela no sentido, uma embromation, porque não consigo vencer minha terrível auto crítica. Achei que poderia começar ainda esse semestre a arte, mas já deletei uns 3 roteiros. Agora definitivamente pós um retiro na montanha achei a maldita linguagem que eu já vislumbrei, mas nao conseguia converter em letras e frases, paragrafos, enfim, texto.

Se fosse para fazer um novel de herois e vilões, já estava feito. Mas essas coisas eu fazia quando jovem. Hoje eu tenho 1700 anos, passei da idade. Se sair um dia publicado, quem sabe alguém lerá. Posso adiantar que é uma estória de meta-física, anti herois, sarcástica, dramática e com tiradas infames. Que Will Eisner e Neil Gaiman nos ajudem....

sábado, setembro 30, 2006

Eleição


Não poderia faltar...pois bem estamos diante de mais um episódio da Democracia brasileira. Que não seja a festa dos trambiqueiros e mensaleiros compradores de dossie. Nem a festa da floresta encantada de banqueiros falidos dos tucanos.

Temos de escolher entre o ruim e o pior para o Brasil. Entre a mesmice da velha e antiga aristocracia, herdada pelos tucanistas do PSDB e a nova gang "esquerdista" do PT. Alguns os chamam de "neo-liberais". Erroneamente claro, já que o Brasil nunca passou por Liberalismo, acho que nem o mundo. Mas isso é termologia da época do FHC, quando o Lula era oposição e chamava o governo tucano dessa forma devido as privatizações. A bem da verdade é que estamos entre economistas da classe media alta, que se fazem de governantes equilibrados pela ética e estabilidade social e economica.
A culpa disso tudo foram os anos de Ditadura. A pressão e repressão tornou os brasileiros e futuros governantes em grandes mestres da estabilidade. Na verdade é um medo fantástico de voltar tempos negros de inflação e terrorismo politico. Por isso, nada de alterar a agenda FMI/Bco Mundial, "neo-liberal" voltada ao capital monetário, lucros empresariais e crescimentos pífios. Para combater a pobreza, programas assistenciais, esmolas com belas propagandas, que mais lembram o populismo de Getúlio e JK. Alías, grande trunfo de construir Brasília foi tirar a capital Federal dos grandes centros urbanos e coloca-la no centro do nada do país, bem longe das massas, ou melhor das revoltas da massa. Vai ver que acontece com político ladrão na Argentina, ali em Buenos Aires, capital e centro do país, fica fácil derrubar um governo...
Mas nossa política bunda mole, que alimenta pobres, que impede que a sociedade seja mais instruída com educação decente, emprego, tecnologia, ciência, não é resultado apenas do medo ou trauma da instabilidade social, mas é o rabo preso que esses partidos ao longo da nossa república ataram aos antigos poderes coloniais e imperiais. Grandes latifundios, grileiros, coroneis, que desde os tempos de Dom Pedro se aliavam a Justiça e por meio da ignorancia do povo e das balas de jagunços entravam na política pelo voto.
Infelizmente no Norte e Nordeste ainda é asssim. Os caciques como são chamados Jader Barbarios e ACM´s da vida sobrevivem desde esses remotos tempos.
Enfim, PSDB e agora PT, não são neo-liberais, mas sim projetos dessa mesmice prosaica da politica, que tenta se maquiar, renovar, mas ficou provado que em 12 anos, não conseguiram transformar o país, seja pela educação, seja pela quebra de uma economia agrária de exportação que é uma das grandes responsáveis pela destruição de agriculturas de subsistência e desmatamento da Amazônia.
O que nos resta é escolher o menos pior...mas que Democracia é esta, que dá mais tempo e dinheiro pra alguns partidos, que legitima a lavagem de dinheiro, que deixa outros partidos com menos de 1 minuto num Horário político nojento???????? Que democracia é essa que tem urnas eletrônicas invejaveis, mas que na saúde, educação o sistema é burro???? Politico só cuida do que é importante, as eleições que os lhe elegem.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Sexy na street art


Série de ilustrações estencil. Eu queria fazer uma série de montagens por aí com cenas sensuais, picantes de mulheres, mas nem sempre é possível já que os muros não são livres, nem o espaço urbano nos pertence. Além de tudo, custa caro essas produções, preciso achar patrocinadoras, executivas interessantes e interessadas pela arte...Mecenas ...hohoho

Queria também registrar que a sensualidade não está somente no corpo, mas principalmente na inteligência. E desculpem mulheres, mas tá em falta.

Sexy na street art

Sexy na street art

Sexy na street art

domingo, setembro 17, 2006

Gritos



Encarte para CD-ROM. Gritos poéticos.
Psicografado em 2005, para ilustrar poemas de famosos. Ao lado no primeiro quadro, Alvarez de Azevedo, no centro, Tears for Fears ( não é poesia, mas coube no tema), depois Augusto dos Anjos, entre outros que não estão aqui.

terça-feira, setembro 12, 2006

Boletim Informativo

As peças de publicidade estão no mês de Julho, se não me engano, basta ir no arquivo. Pra falar a verdade, tenho sérias críticas pessoais para minhas criações de propaganda, enfim. Sem nada para postar, eu funciono segundo minha satisfação pessoal, até posso criar quando é preciso, basta seguir os tais processos criativos.

Mas em relação as minhas criações pessoais, estas seguem o padrão que o acaso escolhe, não tem briefing, nem planejamento, se eu não estiver bem, nada sai. E hoje em dia graças a essa merda de cultura "Carpe Dien" que foi enfiado na cabeça principalmente dos jovens, é um crime estar deprimido, ou estar de mau humor por exemplo. Cada vez mais eu acho que a sociedade está nada consciente, basta ver as eleições. Au revouir.

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 DE SETEMBRO - STREET ART CELEBRATION


Pode dizer, aonde você estava???

Já é 11 de Setembro...
















Aonde você estava, aonde eu estava? Estamos nos rendendo, ou já nascemos rendidos???

quinta-feira, setembro 07, 2006

Gênesis, fim


Em minha gênesi mais uma mãe chora, outro bebê morre...

terça-feira, setembro 05, 2006

Gênesis, parte II


Nas paredes e nos muros, das ruas, nas grandes e pequenas cidades, os deuses antigos renascem.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Gênesis


No início dos tempos, bem antes das cordilheiras do Oeste nascerem, eu era um Deus.


No tempo em que os grandes lagartos falavam e saltavam montanhas, haviam templos feitos do mais puro diamante, resultando de uma estrela cadente que caíra.

Uma Era em que as nuvens caiam do céu e todos podiam saborea-las livremente.

As estátuas que faziam a mim alcançavam as várias luas que brilhavam a noite. E as luas podiam falar com os habitantes da terra.

Pela noite fogueiras eram erguidas clareando as trevas, dando contornos e vida a todas as sombras. As mulheres que eram todas lindas, pois não havia nem existia a palavra "feio" dançavam sobre a chuva fina e refrescante que caia quando eu chorava.

Mas um dia, alguém ousou a passar a crer em si mesmo, ousou crer em seu destino, ou melhor, ser dono de seu destino e saiu gritando aos ventos sua descoberta. Um a um, uma a uma, todos se espantaram e subitamente desacreditaram.

Eles não mais acreditavam em mim. Um sentimento de liberdade, de segurança tomou o espírito, começaram então a varrer o mundo com idéias. Logo os ventos cósmicos tornaram ruínas os templos, as estátuas, os grandes lagartos morreram, as luas sucumbiram e se calaram, as estrelas cadentes não mais caíram...

Eu era um Deus, e como todo Deus precisa ser reverenciado, ser acreditado. E como todo Deus, não se enganem, também tem um destino, que é justamente ser um mito. Era uma vez um Deus, que foi dono do destino, mas que perdeu a coroa, tornou-se um mito. Um deus morre quando perde sua crença.

Eis que de repente, estava eu sentado num banco de praça, lendo um jornal, com os classificados em mãos procurando emprego, jogando migalhas de pão aos pombos, vendo o por do Sol...Era um deus, um mito e renasci para ser um nada.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Série: um tributo à Poligamia (poliamor)



Muitos milênios atrás havia um povo que vivia numa sociedade paltada nos valores da mulher. Foi uma das poucas civilizações matriarcais que existiu e foi datado por pesquisadores, historiadores e arqueólogos. Esses povos eram chamados de Drávidas, antepassados dos hindus da região da Índia.

Pois bem, o que lhes diferenciava era justamente a cultura calcada nos valores femininos, como a ênfase nos sentimentos próprios, no alheio, a valorização do homem e da mulher de forma igual e ao mesmo tempo a também valorização da coragem não sob a forma de ambição mas coragem para demonstrar sentimentos, viver os prazeres que o mundo pode oferecer.

Uma sociedade matriarcal faz com que as crianças exerçam sua sexualidade de forma pura e se tornem adultos sexualmente liberais, sem hipocrisias, sem tabus. O sexo para esse antigo povo era natural, desprovido de domínio do sexo forte ou fraco; não havia isso, não existia, sequer conheciam o termo sexo frágil e raça dominante. Para eles todos eram iguais diante da natureza e dos deuses. Alías, haviam muitas deusas, e a energia do prazer sexual era o que doutrinava essa civilização que não temia sentir prazer, sob qualquer forma, desde contemplar o nascer e por-do- Sol, como se banhar no mar, etc.

Essa foi a base do que depois foi nomeado de Filosofia Tântrica, por consequência sexo tântrico, muito desvirtuado pelo Ocidente. Falando propriamente do sexo tântrico, o que diferencia ao sexo Ocidental não são movimentos ou performace, mas é na ideologia que a comunidade drávida detinha. O sexo não era um escapismo ao estresse que o Ocidente (sociedade sempre patriarcal) vivia. O ato sexual aos antigos hindus era uma comunhão de almas, união cósmica entre 2 seres, portanto tão especial que era prolongado ao máximo, cujo objetivo não era apenas perpetuar a espécie, fazendo o homem despejar o semen na mulher e mantendo a linhagem.

Para provar que o cérebro e o sistema nervoso dominam até mesmo as funções biológicas, dizem os mestres da Yoga e do hinduísmo, que é perfeitamente possível fazer o ato sexual, sem auxílio de preservativo sem que a mulher engravide.

Difícil de entender, então falarei claramente, no sexo tântrico o que importava era prolongar a união das almas, do prazer, ficar o máximo de tempo em contato com os deuses e o cosmos. O sexo Ocidental sempre podou tais momentos íntimos, pois a mulher fora subjulgada, considerada inferior desde os tempos gregos, os ocidentais de cultura patriarcal e repressora, tem o sexo apenas como procriação de sua espécie, de seu nome, sangue, dão importância a coisas tolas como ter um filho "varão" pra manter o nome da família. O Tantra é o contrário, enquanto um quer gozar logo e procriar o outro simplesmente sublima o ato procriativo e o próprio corpo inibe a eliminação do semen.

Uma vez eu li que o homem moderno é tão estressado, controlado pelo sistema, escravo de si e do mundo que ele próprio construiu que a única coisa que ele deseja no sexo é despejar tudo que lhe aperta o peito, o fardo que carrega, se não pode gritar, ousar e romper, ele faz o que a natureza lhe oferecera, ele goza...literalmente e pior rapidamente.

Que destino mais ridículo nos demos a nós mesmos.

Tributo à Poligamia

Tributo à Poligamia

terça-feira, agosto 29, 2006

O império das causas perdidas


Explicando: o império das causas perdidas é uma estória dentro da Saga, "A encruzilhada" que já venho escrevendo faz algum tempo e pouco a ilustrando. Tenho encontrado um certo desconforto em fazer a arte de algo que eu roteirizei, porque as vezes não consigo interpretar as cenas do modo que eu imaginei. Isso é algo que não consigo detalhar.

Bom, aos trancos eu estou tentando, buscando ânimo mas os tempos não são animadores do ponto de vista pessoal. Eu já sou uma alma melancólica por natureza, quantas vezes me questionei, se eu seria desse mundo realmente. Por essas que vivo olhando o céu procurando a estrela que me deixou aqui.

Sem lirismo, a "encruzilhada" é um graphic novel, baseado na metafísica, no misticismo, nas mitologias, na razão. O personagem principal tem um poder, ou pensa que tem, enfim, um poder de andar pelos mundos paralelos que formam centenas e diferentes realidades. Segundo muitos metafísicos, nós existimos paralelamente em milhares de realidades no mesmo instante de tempo e espaço. Loucura total, quase impossível de se imaginar. Nesse universo, cada decisão que nos remete cria um mundo, assim estamos criando a todo segundo milhares de novos mundos e estamos coexistindo em cada um deles...lunático isso não?

O personagem é o único ser do universo capaz de ver e estar viajando, pulando entre o tempo e o espaço cada realidade dessa. Para viver esse dom ou fardo ele passa por situações pessoais que lhe transformam, com muito sofrimento e drama. Não é uma HQ de ação, tiros e violência, nunca quis isso, quer dizer já fiz muito disso, mas é um drama psíquico que tenta mostrar o quanto o ambiente e o cenário transformam a alma humana. Não há heroísmo e sim o anti-heroi ou o anti-mito.

É um exercício da razão, cada estória atropela a outra, o personagem viaja pelos mundos da vida dele, perdendo entes queridos, questionando o sentido da vida, da morte, dos deuses e da razão.

Influências sempre existem, neste caso devo admitir a obra mitológica de Gaiman, e nas teorias de Stephen Hawkins.

Na foto acima, eu mesmo posando pra fotografa "Mei Ling".

segunda-feira, agosto 28, 2006

Crise na criatividade do brasileiro???


Dia desses aí eu vi na TV um debate sobre criatividade, onde estavam uns desconhecidos, um publicitário da agência África e o tal Cacá Rosset, ator e comentarista chato de futebol e qualquer coisa que o chamem na TV pra aparecer. Pois bem, falaram e falaram muito...na verdade até pareciam políticos, porque não disseram nada além do óbvio.

Bom talvez seja óbvio mesmo, não é uma coisa tão profunda assim. Tem se falado a respeito da crise criativa da propaganda, da crise nas TV´s, da mesmice da propaganda política, até mesmo da falta de roteiros do cinema americano.

Se alguém me pedisse opinião, eu provavelmente diria as mesmas obviedades que sempre falam, mas cá entre nós, chega de mesmice até pra ser opinativo. Arrisco a dizer que o grande problema é o mercado de um modo geral buscar sempre a técnica e a criatividade em si e nunca ir atrás de quem tem repertório, ideologia e sonho.

Falta isso mais ideologia, porque esse mundo tá muito "de boa", "de balada", muito igualzinho, todo mundo já veste as mesmas marcas de roupas, fala gírias populares, usa os programas de informática, entra na net, faz blog/fotolog, orkut, bebe "breja" , frequenta "churras no findi", come no Mc, e usa tenis nike e ainda esperam que haja mais criatividade ou autenticidade????

Bom, olhem pros argentinos, eles não apenas derrotaram o "dream team" do basquete como também tem ganhado destaque nos festivais de cinema, de publicidade, design...e sempre ouvi - "os argentinos são aguerridos, lutam, choram, dramatizam, idealizam, nacionalistas, catimbeiros e milongueiros"...hijos de las putas, estão fazendo, errando e aprendendo, enquanto nós continuamos aqui a ouvir políticos em debates usando técnicas de oratórias prosaicas e dizendo frases como: "é incrivel que algumas pessoas não enxergam a melhora do Brasil no Governo Lula" (de Aloísio Mercadante durante debate).

Pois é, as esquinas de SP estão repletas de meninos descalços mendigando, cheirando cola e trabalhando pra adultos traficantes que incrivelmente não enxergam essas tais melhorias. De política eu falo noutra oportunidade, ou melhor post.

PS: Essa imagem é um grafiti, e também uma ilustração gráfica baseada em "máscaras" sociais e artesanais.

sábado, agosto 26, 2006

série: sonhos, mortes, dramas e o nó humano


Sim, essa é uma série melancólica, digna de um Augusto dos Anjos, Alvarez de Azevedo, Byron e etc. Bom, uma saga de ilustrações que remetem o mundo onírico e as percepções espirituais.

Foi precedida de certas premonições num período de choque de emoções. Todo mundo tem problemas, no trabalho, na família, nos relacionamentos, esse é o preço de sermos especiais, inteligentes dotados de razão e conhecimento. Contudo cada qual reage de acordo com o destino que escolhemos, ou nos escolhem.

Ainda travo uma batalha árdua entre a razão e o espiritual. Heranças genéticas me levam ao mundo do místico enquanto que resquícios de Epicuro (filósofo grego da razão e crítico fervoroso do místico, do sacro e qualquer coisa relacionado à magia, para ele era ignorância e alienação).

Como ousar duvidar de algo chamado de Destino, quando pautamos nossas vidas em satisfazer desejos do inconsciente e damos com a cara, os dentes direto em portas que se fecham, ou muralhas de concreto intransponíveis, por consequências mergulhamos em mares de frustrações e rancor. É isso que o destino se objetiva, de transformar nossos desejos em memórias de um tal aprendizado espiritual. Deveríamos seguir o tal "Carpe Diem" ou "deixar rolar", viver um dia por vez e se contentar com o que a vida e o que "tá escrito - maktub" nos reservar, comprimir os desejos ou transforma-los em ações.

Isso só faz me lembrar da guerra dos Perpétuos da mitologia gaimaniana, entre o mais velhos dos 7 irmãos, DESTINO e DESEJO...no meio disso tudo está Morpheus ou sonho, pragmático e imutável, o qual me identifico tanto, mas tanto, que pelo que se percebe sou fã incondicional. Quem nunca leu, jamais saberá do que se trata.

Ilustração gráfica


Os Modernéticos...

Era pra ser um conto, depois uma animação, uma novela quiçá. Eles nasceram e morreram na praia. O problema é que tudo começa como uma avalanche e termina em espelhos distantes (Neil Gaiman). Deve ser um fato que a numerologia me explica, sou o número 11, o Mestre, segundo numerólogos...pesquisem.

Influências do Cubismo é óbvio...e claro dos quadrinhos, que é uma paixão... (Marc Hempel, um dos melhores ilustradores de HQ).

Álias, foi-se o tempo que se chamava Literatura gráfica de História em Quadrinhos ou gibi. Depois de Sandman e da Vertigo o mundo descobriu que se pode fazer muito mais do que preencher balões com textos e onomatopéias (inclusive a própria revista Época). Méritos aos mestre Gaiman, Moore, etc.

Série: instalações gráficas


Ainda não terminado, faltam certas interferências ...talvez fique do jeito que está, ou até mesmo a própria natureza resolva intervir e fazer seu papel.

Série: instalações gráficas


Sim eu inventei um termo, desculpe mas todos nós artistas temos a Licença poética. Instalação gráfica é a mescla do grafiti (street art) numa concepção além do stencil bidimensional.

Pode ser viagem mas tem uma diferença. Há um artista californiano chamado Kinsey, muito bom por sinal que faz isso maravilhosamente. (www.kinseyvisual.com)

Aqui uma tentativa, um começo...sem maiores definições.

Grafiti + Estencil


Street art, é a arte das ruas, a mesma que respira CO2 bem longe do ar condicionado e da luz planejada dos museus. É uma arte popular que briga com o cotidiano, com o ambiente, repleto de ideologias. É uma arte que definha com o tempo, a chuva, o vento, o sol, assim como nós humanos evelhecemos.

Não é uma arte eterna, ele morre, quando alguém derruba um muro, pinta uma parede com tinta, enfim, uma arte tão humana, feito por humanos. Infelizmente confundida as vezes com pixadores do submundo, pouco compreendida por intelectos classistas, eventualmente desprezada pela própria população.

Grafiti da ilustração gráfica baseado na modelo Yumi, aplicado em parede, parede qualquer.

Ilustração gráfica


Ilustração de Yumi, em homenagem a ela, preparativos para Saga "A Encruzilhada", graphic book que talvez um dia saia do papel.

quinta-feira, julho 13, 2006

Jokes

Essa realmente é bem "Desencannes". Na verdade era só pra registrar a sujeirada política do PT no Governo Federal. Merecia um belo "outdoor" em frente ao palácio do presidente. Digam-me, como se pode fazer reforma política nas eleições, se todo ano os candidatos, sejam executivos ou legislativos são os mesmos. Sistema errado, mas sinceramente não tenho idéia de como mudar. Isso é assunto pra outro Blog, não aqui, ora bolas.

terça-feira, julho 11, 2006

Rainha

Um produto inexistente, que seria o máximo aos jogadores desprovidos de altura...