sábado, dezembro 30, 2006

Pablo Montevideu

Assumindo meu alter ego antigo Pablo Montevideu. Fico pensando como é uma proeza se fazer notar, ainda mais se fazer apaixonar, amar, para outro alguém, concorrendo com trilhões de estímulos externos. E isso passa tão razo e despercebido pela sociedade.

Como se a percepção humana fosse incapaz de entender fabulosa atividade inter-pessoal que realizamos. Num sábado de forca, revivemos momentos medievais, minha percepção compreendeu que ditadores totalitários são indispensáveis pra que haja organização e paz, pra certos tipos de sociedade.

Adorei Sadam, sua cara de "Pau no cu de vvocês todos", como se ele estivesse na fila pra tirar segunda via de RG do poupatempo.

"Vamos, aonde você irão apertar, aqui?...devo me sentar, ajoelhar"



quinta-feira, dezembro 28, 2006

Um conto do Império das Causas Perdidas


Tava na cara. Que o dia seria o diabo. Todos os dias, de sempre e sempre, ao acordar eu molho o rosto, limpo o nariz, faço xixi. Logo depois escovo os dentes, gargarejo o anti-séptico, passo fio dental. Depois de tudo isso, desvazio o intestino, se é que me entendem.
Então, ligo o chuveiro, no morno, porque o quente não funciona mais e o frio, logo pela manhã, não dá mesmo. Tomo um banho de exatos 7 minutos, limpo e lavo bem todas as entranhas externas do corpo, meio dos dedos, dobras do joelho, suvaco, e bem, etc.
Depois de tudo isso, preparo meu café, torradas na torradeira, manteiga no prato, café com leite instantaneo. Começo a ler o jornal, ligo a TV, o rádio na cozinha, pego os sapatos, aperto a gravata. Como tudo e finalmente depois de procurar uns 2 minutinhos as chaves do carro, saio de casa.
Só que nesse dia, nada foi assim. Eu acordei e não fui molhar o rosto. Tive de sair correndo para a privada, porque meus intestinos acordaram antes que eu. No caminho escorreguei na porra do tapete na entrada da suite e levei um capote. Junto ao capote liberei as tripas e como se fala aos bebês "fiz cocô nas calças". Melhor dizendo na cueca, justo um modelo box novinho em folha. Que merda, literalmente.
Com o cheiro de bosta pelo quarto, tive de tomar banho, limpar o chão acabei me atrasando. Nada de escovar dentes, faço isso depois na empresa. Suado, com um banho desgraçado, vou tomar ao menos um café. Quando ligo a cafeteira, ela explode, apaga todas as luzes. Um curto justo agora. Que seja, sem café mesmo. vou tomar água com uma maça. Mas cadê a maça, não fiz feira ontem. E porquê não fiz feira, deixa me lembrar. Ah que se dane.
Então coloco a camisa por dentro das calças, de qualquer jeito e chego até a garagem. E quando percebo que estou preso em casa. O curto ferrou a eletricidade, o portão elétrico é inutil sem eletricidade. Maldita hora que coloquei essa joça, maldito quem inventou isso, alias maldito o descobridor da eletricidade. E agora, como vou sair, hoje tenho reunião. Sou advogado, de uma porra de empresa de seguros, e tem uma causa importante no forum. Muita calma, vamos pensar. Vamos, quem, sou eu e mais quem, afina. Porque esse plural seu otário?
Tudo isso por culpa de um piriri na hora de acordar. Droga deve ter sido a bebedeira de ontem. E eu pensei em voltar cedo pra casa, sabia que não daria certo. Porra, pensei, lembro bem que eu pensei justo assim - se eu começar a misturar bebidas e essas comidas mexicanas, maldita festa mexicana, amanhã terei uma bela dor de barriga e vou me ferrar logo de manhã. Sim eu pensei, eu previ tudo isso. Sou um profeta.
Sim, sou um predestinado. Isso tudo aconteceu, mas noutra realidade. Ainda bem que sou um predestinado e posso visitar essa realidade e voltar para essa daqui. Nessa daqui eu não bebi nada, deixei a festa antes das 22 horas, cheguei em casa sóbrio antes da meia noite. Tomei um banho, uma sopinha light e dormi escutando New Age no meu Ipod. E acordei muito bem.
Imagem - Os gêmeos (hidrográficas, colagens e digitalização). Um conto "warm up" para o Império das Causas Perdidas, que pela benção de Neil Gaiman, Moore, Elis e Eisner, sai em 2007. Agora sumam.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

crônica - Onde estão as bisexuais lindas, gostosas e inteligentes

Segundo uma amga/sócia de aventuras conjugais e astrológicas, elas estão quase extintas ou moram longe pacas e sao casadas. Bem, temos um trato e dividimos o lucro por igual. Apesar dos tiros "n´ agua", sobram-se risadas e discussoes filosóficas à três, eventualmente à quatro via MSN ou até mesmo via aquele aparelhinho esquecido que Grand Bell inventou...o telefone. A seguir a reprodução de uma conversa investigativa intra-pessoal via meios eletronicos. Nao tentem isso em casa

Minha sócia é direta...

- Quer transar a três? (pergunta minha sócia a jovem manceba)
A menina responde...
- Eu, você e mais uma amiga, certo?
- Nossa conversa se encerra aqui. (exclama minha sócia)
- Porque? (assustada a guria)
- Pq eu só transo eu, uma mulher e um homem. (rebate minha amiga)
- Ok eu topo (sem pestanejar)

Elas sempre topam...aí depois eu entro na jogada...

- Ola prazer, estava eu passando quando vi duas moçoilas de aparencia tão bela sozinhas em conversa calorosa. (um lorde)
- Hahaha, nao liga nao esse é meu socio, é dele que falei (sou introduzido à conversa)
- Ah, oi lindo (Juju fala, apelido dela)
- Hum, sou lindo pq me achou lindo, ou porque vc chama todos de lindo. (retruco)
- Huahuauha, ele é bem humorado, nao acha Juju? (minha sócia enrola a menina)
- claro linda

(pausa, eu falo pra minha sócia em OFF - acho que estamos falando com uma maitaca)

- entao Juju, manda sua foto pra gente ver...(indo aos finalmentes)
- Ah linda (maitaca so repete a mesma palavra), formatei o PC e to sem foto

PUTZ, ESSA É VELHA

- Entao eu ligo pra vc Juju, me dá seu celular aí, ligo agorinha? (réplica)
- Ah nao tô achando...(esquiva-se Juju)
- O que, perdeu (falo eu)
- Sim, perdi o celular (fala a Juju)
- Putz (DIGO EU)

SERÁ QUE ELA PERDEU O CEL OU ENFIOU EM ALGUM LUGAR NADA ORTODOXO??? huauhahuauha em OFF

- Juju, vou ligar no seu cel, me da o numero. Quando ele tocar vc descobre onde ele tá. (sacana minha sócia)
- Isso MESMO, caça ao tesouro (eu via isso no Passa e Repassa com celso Portioli - rimos muito em OFF)
- Huahuauhauha (finge rir a Juju que deve estar puta)
- VAI JUJU, "nao diga alô diga Boa Noite Brasil". (exclamo eu, rindo e gargalhando em OFF com minha sócia)

DEPOIS DE TUDO ISSO, CANSADOS DE RIR RESOLVEMOS CAIR FORA

- Bom Juju, preciso dar comida ao Charlie meu peixe dourado (me retiro à francesa)

É OU NAO É FODA ACHAR UMA FODA A TRÊS NESSE MUNDO VIRTUAL HEIM... ;-P



sexta-feira, dezembro 08, 2006

A pessoa errada

Eu sou a pessoa errada. Ainda assim, a pessoa errada, é quem te faz perder a cabeça, a hora, a vida; talvez morrer de amor.

Mas de amor ninguém morre, é muito mais fácil nascer dele. No descuido da paixão, do tesão, da pressa, na ausência das preliminares, na selvageria, na agressão. É tão bruto, tão o tal. É também, o senhor amor, fruto da razão. É sentimento prepotente e arrogante. Se o sexo é amor, somos filhos legítimos amados, e bastardos gozados.

Eu errei. Não, na verdade sou como um cometa, que sabe que em algum lugar do tempo e do espaço vai colidir e explodir. Eu, rumo em direção a minha futura colisão. Eu sei, a hora derradeira vai chegar. É assim que eu vivo, que eu conquisto, absoluto da certeza e da verdade que irei explodir em milhares de fragmentos. E eu sei, que vou ferir alguém em algum lugar.

E de cada caco, de cada pedaço que me sobrar, ficarão as marcas do tempo passado. Eu sou a pessoa errada, que faz amar do jeito incerto, que faz sofrer do jeito gostoso.

Eu sou a pessoa errada que dá luz aos loucos na escuridão, que fornece as palavras aos poetas em perpétua rouquidão. Eu sou sua voz, mesmo nos prantos de solidão. Sou eu dono de sua loucura, sou eu pessoa obscura. A vida sem o errado é uma certeza incolor. Eu fui seu motivo, sua inspiração.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

It´s me