sexta-feira, março 30, 2007

Miscelânias II


Inicialmente isso aqui seria um blog para eu falar a respeito de meus trabalhos, como escritor e artista gráfico. Eventualmente postei alguns trabalhos de street art, campanhas publicitárias, ilustrações gráficas. Depois parti para poemas orkutianos, resmungos, desabafos existenciais e críticas a tudo.
Culminou com afobados e destrutivos comentários a respeito da vida. É sempre assim, eu posso até querer ser um pouco mais comercial e dá nisso, no meio do caminho vou esburacando e enjoando, me cansando das coisas perfeitas, do lado bom da vida, da normalidade, da felicidade nos íntimos detalhes, do por do Sol, da borboleta no jardim, do cheiro de pão quente com manteiga, da chuva molhando as samambaias e toda essa porcariada que colunista de jornal metido à guru moderno escreve e as pessoas repetem através de correntes do orkut, emails, perfil de sites de relacionamento, marketing viral da auto ajuda.
Tudo bem, não dá nada de ruim seguir os preceitos dos novos xamãs, mas eu me canso. Descobri o verbo "desgostar". Eu desgosto, tu desgostas, eles desgostam.
Oh futuros universitários, não me leiam, caso queiram adentrar às portas dos templos do saber, chamados de Universidades. RISADAS RISADAS
Bem, o verbo desgostar é uma personificação do desejo ao realizá-lo. Depois de trilhar esse maldito verbo, que não está na Gramática de Segalla, muito menos nas aulas do Professor Pasqualle, nem em versos de Fernando Pessoa, ao conjugá-lo conseguirás adentrar o grupo seleto e desgramado dos incuráveis e impávidos existencialistas.
Não era pra eu falar da minha obra literária "O Império das Causas...." bla bla bla, que se dane, eu tô de saco cheio. Agora Gerald Thomas bravinho com SP nem irá mostrar sua Rainha Mentirosa. Agora ele é carioca. Seu dramaturgo de uma figa, deixa de frescuras, que eu quero conhecer essa Queen Liar.
Meu Império de causas impossíveis me agride diariamente. Lembrei de 1984, pode ser o livro clássico ou o comercial tão clássico quanto, da Apple para o lançamento do Macintosh no mesmo ano. Isso me deu vontade de ser publicitário, e foi o que me tornei. Mas por falta de outros 1984´s passei a odiar diretores de arte e suas trupes de bajuladores fazedores de layouts em photoshop.
Bem 1984 alguém se volta contra a mesmice, contra a igualdade, contra alienação e quebra (ruptura) o sistema entrando de cabeça no mainframe que comanda esse poder que não tem mais dono, nem criador, pois o mesmo foi engolido pela criatura: tô falando da mídia. Vão ler Orson Wells, Benjamin, Edgar Morrin, entre outros.
Se algum dia eu terminar as últimas reformas no Império convido todos a lerem. Depois podem vomitar a vontade.
Pablo Montevideu

quarta-feira, março 28, 2007

i n f e r n u m

Eu me perdi, totalmente. Não sei mais como voltar. Porquê não demarquei o labirinto pra garantir minha volta ?????????????????

Tarde demais, estou me sentindo inutil e imprestável. Criei um monstro complexo e agora não sei como construí-lo.

Que espécie de diabo sou eu que não tem idéia do que fazer com suas próprias criaturas???????????????? Aonde o inferno vai parar????????????????????????????

sexta-feira, março 23, 2007

Retratos...


Se agora quisesse pintar retratos em tela, eu pintaria aquela cena, nós no quarto semi escuro, iluminado pelos holofotes da noite e pela Lua entre as nuvens do fim do Outono. Na sala a TV ligada com a tela do DVD em pausa. Nossas roupas espalhadas pela casa. Na cama entre um lençol nossas palavras madrugada à fora. Pela janela os carros que passam na rua atrás do edifício. Até que a última gota de orvalho caia, estamos lá. Ainda estamos lá.

segunda-feira, março 19, 2007

Miscelânias


Tá chovendo e não é chuva, mas chovendo miscelânias. Eu vou abrir as comportas das minhas cisternas para capturar todas as miscelânias possíveis.
Quero fazer sopa de miscelãnias para o jantar e convidar Paulo Francis, Gerald Thomas, Bush, Michael Jackson na versão negão, Pedro Bial, Edir Macedo, Pelé e Gandhi para degustar essa iguaria. É claro, me encontrem em Seul que fica na Argentina.
Ahhhh, claro, sem falar que na TV estaremos assistindo a terceira temporada de LOST, com o brasileiríssimo hollywoodiano R.Santoro.
Isso não é uma crítica ao moçoilo, nem a LOST, nem aos citados, nem aos reality shows, absolutamente nada. Isso aqui nem é lido...e eu nem sei o que falo.
Afinal, alguém desconfia do que sou??? Nem eu mesmo sei. Só sinto os malditos pernilongos chupadores de sangue atacando minha perna abaixo da mesa onde fica meu Pentium III, 651 MHz. Tá obsoleto, eu sei disso, mas recentemente comprei um Laptop modelo novo e bem rápido, mas ainda não o usei, pois falta um espaço, uma mesa, um canto em casa. É preciso se desfazer de certas "furnitures", coisas velhas que atraem espíritos que vivem em frestras de azulejos, consumindo nossa energia, criatividade, motivação. Banho de anil, sal grosso, fecha o plexo do peito, sai exu, sai daqui.
Não entenderam nada não é mesmo, pois nada tem a ver com tudo. Saímos da Globalização para entrar na era da Miscelânias. Lugar comum, de todos, onde temos um rio Ganges pra lavar nossa roupa e queimar nossos defuntos. Nessa nova Era, você pega tudo fresquinho e mistura, aproveita verbos e adjetivos de outros, junta com os teus e refaz.
É como se houvesse um varal de idéias batidas secando ao Sol. Você tira o prendedor, e coloca as mesmices na trouxa e pendura nas costas e sai cantarolando versos. Bem vindo a era Miscelânias, nem Intel, nem Bill Gates, nem nada podem entender.
Alguém sabe porque Pica-Pau vence a gravidade?????????????????????????

sexta-feira, março 16, 2007

bizarros


Arte, pichação e Demência - Pablo Montevideu

quinta-feira, março 15, 2007

gozei você...acabou meu bem

Um comentário sincero sobre minhas relações humanas nos últimos tempos. Elas se resumem de forma simples e assustadora. Toda admiração que receio ter por qualquer mulher fica alojada no meu saco escrotal e termina depois de gozar, via masturbação ou via sexual.

A que ponto cheguei, a que ponto chegamos, a que ponto transformei o mundo. Não vou falar do amor, nem da paixão, de suas diferenças, que talvez não existam, pois se tratam das mesmas coisas, não são distintos, na minha opinião, ao contrário que a grande maioria de seres especiais que o mundo tem, acredita haver.

O caso é próprio e particular. Não é instinto, não é tesão em demasia, nada disso. Não poderei encontrar a solução em revistas especializadas feito NOVA, CLAUDIA, UNIVERSO MASCULINO, muito menos assistindo a MTV, lendo Anais Nin, Betty Blue, seja lá o que mais tiver por aí na cultura mundana.

Minha admiração pelas mulheres se esvai feito água ralo abaixo, não sobram sentimentos, resta apenas desinteresse. Esse mundo é uma porcaria mesmo. Pra mim é, pra você, pouco me importa.

Pra que vou salvá-lo, pra que vou deixá-lo de poluir, deixar o mundo bom a nós humanos. A Terra não acabará, mas sim a humanidade. Depois o planeta se recupera.

Quem sabe em 1 milhão de anos os dinossauros renasçam.

domingo, março 11, 2007

hum



Cartoon by Pablo

sexta-feira, março 09, 2007

Esse mundo é um fardo

Entre o mundo e o desmundo existe nós. Nós beiramos o quase nada. Veja só como a vida se tornou patética. Os meios de comunicação desataram a falar sobre o cataclisma final. Não se trata de Hollywood blockbuster movie. Não é um daqueles enlatados americanos sobre vulcões, meteóros e eras glaciais. Isso não é ausência de estórias e roteiristas. É a realidade.

Estão alardeando com mensagens e equações numéricas de quantas árvores cada cidadão teria de plantar para equivaler ao seu consumo diabólico de energia. Os resultados dessa penitência são: é preciso plantar uma Amazônia no planeta a cada 10 anos mais ou menos.

E o mundo está tão preocupado que busca combustíveis alternativos renováveis. E para tal solução vem o ethanol ou alcool. A base de quilométricas plantações de cana, derrubando florestas e o que resta da amazonia. Alguma coisa errada nessa algebra toda: se temos de plantar muitas Amazonias para chegar à salvação, porque vamos então derrubar o que resta dela pra plantar o ethanol do Bush??????????????????????

E ficam aí perdendo tempo em saber o que vai ser do mundo quando a última gota de petróleo for extraída. Ora nossos carrões irão virar sucatas. Imaginem só garagens, ruas, estradas, estacionamentos, concessionárias, montadoras, todas abarrotadas de sucatas. Irônico?

- Gata você quer ver meu conversível novo e potente? Vem comigo ele está lá na minha garagem, paradão, eu lavo ele todo dia, com agua potavel. Não dá pra andar, sabe o petróleo acabou, mas a gente pode entrar nele, ligar o som power, o DVD com tela 15 LCD e assistir uns video clips que puxei pelo you tube e salvei no meu Apple TV, tudo via banda larga, meu bem.

terça-feira, março 06, 2007

DESMUNDOS



As vezes algo vivido que se perdeu no passado se transforma no presente em pura ilusão ou sonho. Então você se depara com "provas" materiais que jamais sonhaste ou fora iludido.

Como alguém pode escrever um livro todo apenas com uma palavra, feito Dostoievsk e seu livro - O idiota. Nossa modernidade esse feito é quase impossível, devido a informação suicída, alienação que até mesmo os mais cultos temem se perder. A velocidade do tempo desafia as barreiras físicas, enquanto dois séculos atrás um homem andava de carro de boi, hoje pilota-se máquinas que voam hipersônicas, transmite-se dados via cabos, escreve-se diários pra que todos leiam - paradoxo.

Quantos rodeios estou dando num post que começou a falar sobre uma coisa e já se meteu a discutir a tal "Modernidade". É assim que vivemos atualmente, saltando buracos no tempo, atropelando uns aos outros. O que é viver?????????????????????????????????????

É sobreviver. A vida é um perigo constante, você tem milhões de chances de morrer. E sobrevivemos diariamente nos matando, em nome de que - da GANÂNCIA. Tudo que fazemos tem fins capitalistas.

Porque devo curar minhas enfermidades, se não vislumbro a vida longa, nem o presente mais próximo tão pouco o futuro longíquo???? Fico me perguntando se devo ir ao médico ver meu ombro dolorido, o músculo inflamado, as noites não durmidas, se pouco espero pela vida, que se tornou desinteressante ao ponto de andar por aí desconhecendo as pessoas, olhando dentro dos olhos de cada um procurando uma pequena microscópica semelhança entre nós. Não encontrei nada. VAZIO

Não desejo a velhice, não desejo ter dependentes de mim, que me olhem e me digam - não morra, não quero ficar sem você. Pensem que todas as relações humanas se fundamentam desde que o homem é civilizado. Sempre a necessidade do amanhã.

E porque escrevo se não quero ser lido. Se quisesse escreveria as coisas que as pessoas querem ler. Como se faz aos milhões de blogs, flogs, logs, trogs, ogs ogs ogs ogsogsogsssss.....blá blá blá. Houve um tempo que os diários eram momentos de se encontrar consigo mesmo. Totalmente introspectivo, guardado com cadeado e chave no fundo falso de um baú. Pela lei, era terminantemente proibído ler um diário secreto, pois essa invasão era grave tanto quanto o adultério. E hoje os diários se converteram em blogs virtuais que são lidos por milhões, e o pior, as pessoas fazem questão de divulgar. Você escreve pra quem afinal?????

Eu vivi coisas que hoje considero ilusões, mesmo tendo em mãos fragmentos físicos e materiais de sua autenticidade. Nenhum atestado pode provar-me que sou um esquizofrênico qualquer, os fatos comprovam, contudo em minha boca, todas aquelas noites, tem gosto de ilusão.

Mundo é distinto de planeta, que difere de vida. Realidades são eternas, sobrepostas, jamais se tocam.Vida é uma, em cada realidade.

Você tem alguma idéia para onde caminhar?????!!!!!!!!!!!


Desmundos