Eu tenho Reis de mentira, outros Rainhas, Gerald teve uma avó de Mentira. The Queen Liar, com sotaque alemão, ou melhor sem sotaque, isso foi apenas efeito especial de teatro. E sobre mim, pesou-me alguma verdade oculta, eventualmente de plantão no espetáculo. Num dado momento, peões moveram-se no meu tabuleiro. No lugar do rei, havia meu rosto, com uma venda, me cegando para que eu caminhasse entre as trevas, com sombras grotescas e demônios sedutores, me acariciando, degustando carne viva - um horror. Era alguma culpa, auto proclamada, mas não era eu a vítima?! Havia um frio, não, isso era o ar condicionado em desajuste, reclame na saída, o frio era proposital do diretor espetáculo então, queria nos fazer sentir no inverno alemão dos campos de concentração, absurdo novamente, esse frio era sua mente presa ao passado. O que seu pai fez ou aquilo que não fez, deixou sozinho, um menino na gaiola, lembrou até do pássaro preto aprisionado, um dia tentou abrir a jaula, mas o pequeno corvo não saiu, prefiriu a solidão. Tanto que desprezou o amor da musa amada, outro fantasma, de olhos orientais que lhe tentou na cadeira H7, vaga pelo senhor que nos quinze do intervalo, pegou a senhora dele e escafedeu-se pra casa. É o pai, é a musa, é a sua mãe, tantos carcereiros esse menino carrega. E hoje, Ele, jovem adulto envelhecido na alma, por fora a pele é vitoriosa, caminha a sós, junto ao passaro preto da velha gaiola, dentro de outra ainda maior, no quintal quadrado da antiga casa, sobrado germinado ou de sua mente conjugada 2 quartos, sala, banheiro, cozinha copa. O qual ele paga a duras prestações, por mais cem anos com juros.
Conto [des]inspirado em alucinações a peça Rainha Mentira - de Gerald Thomas
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