sexta-feira, setembro 21, 2007

Estórias

É um corpo ao chão. Pode estar morto ou não. Quem sabe está dormindo, mas de uma maneira tão serena, não se nota a respiração, é quase morto. As moscas já rodeiam, se ele ainda vive, não sente absolutamente nada, nem as minúsculas patas da mosca de padaria que circundava os sonhos. E as pessoas passam, passantes, notam algo no caminho, no caminho de todo dia, da rotina, um obstáculo, e como tal, ultrapassam, vencem o empecilho. É isto, tornou-se empecilho, nome dado a quem morre ou adormece morto na rua, no caminho, no rastro de cada jornada, do árduo e dignificante trabalho. As pessoas passam, pulam, vencem a coisa ao meio, ohhh "estapor" - grita alguém sem brios, sem classe. Calçam, eles, sapatos de couro brilhantes, sapatos de salto agulha ou tenis urbanos de pano multi-coloridos. Jeans, saias, meia-calças, calça comprida, curta, social, street, contemporaneo, passos apertados, esguios, rápidos, ríspidos, desengonçados, saltitantes, nossa, alguém consegue caminhar na vida saltitando; não se duvida da diversidade. (conto/roteiro, para micro curta, em fase de produção)

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