terça-feira, fevereiro 24, 2009

outras reflexões pós leitura de Bauman e schoupenheuer; do tédio à extinção

Esses caras da Europa, países nórdicos e tal, parecem que vivem numa montanha bem alta, apenas observando o mundo aqui embaixo, e enquanto observam e analisam, escrevem suas reflexões e depois nos presenteiam para que a gente, seres rastejantes, possam aprender alguma coisa. Depois de ler Bauman e Schoup. fiquei mais convicto sobre a Estética do Tédio - e nossa pós-modernidade feita de papel, isto é, nada que fazemos é real. Na esfera pública, dos governos às instituições educacionais reinam a picaretagem (de um simples colégio público que finge ensinar, passando por universidades públicas e privadas que fingem prover conhecimento e cultura). São raros os verdadeiros espaços que produzem algo de excelência, enquanto o resto apenas usa uma maquiagem. São as muitas ONG´s pilantrópicas, as universidades que vendem graduações e pós através de lobby, são programas governamentais pra aparecer em campanha publicitária e ganhar votos em eleições, e uma lista imensa que poderia ser descrita. O resultado que me parece é que "a gente não existe de verdade" - a última farsa fica por conta desse ambientalismo falsário. Ninguém faz nada de verdade e a gente continua achando que está sendo a diferença. A melhor coisa é que o mundo role ladeira abaixo e que a raça humana sofra as consequências. É preciso acabar o mundo, pra que o planeta se reconfigure - como numa máquina de PC velha, apagar todos os arquivos danificados e reinstalar o sistema.

sábado, fevereiro 21, 2009

reflexões pós ler Bauman sobre a pós-modernidade

Ler Zygmunt Bauman, um escritor sociologo e estudioso da era contemporânea é essencial pra não se entender a atualidade - o problema não é o Bauman, um grande pensador, mas a própria sociedade que não tem mais nenhum direcionamento. Essa ausência de rumos ou futuros é o próprio resumo do período pós-moderno. Mas já me parece que estamos noutro período, o pós pós, talvez, o super-moderno. Esse período é de total confusão existencial. Ninguém sabe mais se é a fé ou a razão as verdadeiras motivadoras da existência de cada indivíduo. Na dúvida ambas são conectadas às futilidades da vida. O pós-moderno é característico da descrença, e o super moderno da crença excessiva no sagrado e na vida tangível (algo como um carpe diem evoluído).

Indivíduos perdidos entre a razão e o espiritual, tentam se salvar no céu e na terra. E para completar a bagunça ideológica, tem o meio ambiente como novo paradigma. Pra mim é assunto velho e ultrapassado, mas o mundo descobriu o quanto é "cool" preservar ideologicamente o meio-ambiente, porque apenas no campo da ideologia se preserva algo. O mundo de repente vai crescer zero porcento em 2009 e todos estão preocupados com a crise, o poder de compra despencando - como é que se pode querer salvar o planeta e ao mesmo tempo crescer mil porcento ao ano, comprando e vendendo alucinadamente.

O super-moderno é assim, todos pensam que são atuantes e que realmente transformam a vida e o mundo. Todos querem se salvar, mas sem muito esforço, garantir os privilégios e ser livres da fé - mas nas horas de aperto, que a fé lhes salve a razão. O passo adiante da modernidade foi a descrença, e agora a crença na descrença quando assim for proveitoso.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

incomunicabilidade

Pois é, um tema que eu adoro, mas nesse caso não sou autor e sim personagem. Tenho tido sérios problemas pra me comunicar e transmitir idéias. Não sei que há de errado, porque isso faz parte de um processo que se iniciou em 2007. Não consigo por exemplo passar o que pretendo fazer pras pessoas que trabalham comigo. Tento via desenhos, esboços, rascunhos e o diabo...desfuncional. Fui ler algumas biografias, de Bergman à Brecth, mas só encontrei descrições e curiosidades sobre a vida e carreira deles. Nenhuma coisa ou notinha que seja a respeito do processo criativo deles com suas equipes, etc e etc. Lembrei então de Antunes filho, que o Sesc fez um documentário sobre a vida dele, especialmente sobre o trajeto artístico no teatro, mostrando os processos de criação, invenção, desconstrução, revi algumas cenas, mas foi pior, porque me confundiu ainda mais. Antunes é um tanto alienígena. Esse povo do teatro todo não é da Terra. Eu fico fascinado com eles, mas não os compreendo totalmente. Então estou eu aqui fracassado sem saber o que dizer (ou melhor tenho muito o que falar) mas não sei como, qual linguagem e idioma. Merda.

domingo, fevereiro 15, 2009

fracasso de público e crítica


Diante da dificuldade em se arrumar no meio audiovisual já penso em possibilidades distintas - aos 30 anos posso de repente fugir pra um templo budista e garantir um rango integral e um lugar ao céu ao lado de Buda (humf suspirando). Se o céu não existir que eu vá pro inferno mesmo - de repente ser profissional liberal BDSM - descobri uma mulher chamada MADAME LUXOR de Porto Alegre que cobra de 500 a 1600 reais pra realizar fantasias sadomazoquistas de homens (aqueles que são coroas casados e enrustidos e adoram vestir a calcinha das esposas). E ela especifica muito bem no site - ela não faz sexo, não transa, não é puta, ela recebe a grana pra dar umas chicotadas nos caras usando roupas de latex, botas de um metro de salto e máscaras, algemas e etc. Conversando com uma amiga minha de Sampa super entendida nesses assuntos já que ela é do meio, ela me disse que também já está pensando em largar a profissão dela e ser dominatrix profissionalmente (ganharia mais e não se desgastaria tanto ). Bom, estamos estudando uma sociedade. Quem sabe...eu serei um tipo de Zorro pós-moderno com chicote em mãos mandando ver no lombo dessa gente. Quem tiver interessado eu vou cobrar "300tão" cada sessão. Mais barato que a Madame de Poa. É a sobrevivência. Au revoir

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

fotogramas




Enquanto lá fora chove (o título do meu livro de gaveta) mas literalmente enquanto a chuva acaba com o mundo lá fora - fico nos meus aposentos assistindo videomakers via youtube e tenho descoberto trabalhos dos hermanos latinoamericanos muito interessantes, mesclando performances e audiovisual. Descobri um estúdio de multimídia chileno chamado "Phenomena" que faz video danças. Através da coreografia contemporânea relatam temas por uma linguagem abstrata.
A linguagem exaurida de trama ou estória linear liberta o expectador da relação temporal com a peça audiovisual. Mas o que facilita a compreensão, por um lado causa uma entropia pela ausência linear de fatos. A trama parece ser ocasional, quem sabe perdida num espaço atemporal, como se as ações dos possíveis personagens estivessem na marginalidade da razão. Enfim uma experiência visual interessante pra quem está cansado dos sígnos e seus respectivos significados da imagem contemporânea pictórica. Sem alongar muito esse papo intelectualoidesco - alguns fotogramas que selecionei estão aí...








terça-feira, fevereiro 03, 2009

Sem vontade de escrever e pensar ao mesmo tempo. Pensar é todo instante. Mas depois ter de escrever, haja concentração, coisa que me falta no momento. Assim não consigo completar nada, tudo está incompleto, meus trabalhos digo, mas é uma metáfora para minha vida toda - cheio de retalhos incompletos ou fragmentos, que soa mais culto. As pessoas por aí não me interessam mais e isso também é uma droga. Daqui, hoje, não sai nada que preste. Câmbio. Desligo.