quinta-feira, janeiro 04, 2007

CAUSOS parte I

Dando continuação ao momento "egocêntrico", meta-linguístico desse recinto, a obra fala do criador, o criador se espelha na obra e etc.

Vou escrever, pra me lembrar pra posterioridade de algumas pérolas que vi e vivi nesses quase nove anos de design gráfico, criação publicitária e comunicação, sejam eles em duas graduações, sejam em estagizinhos de merda, agenciazinhas fundo de quintal ou em madrugadas de brainstorm´s falidos. Sem esquecer das seleções de estágios nas Big Agencies que sempre tiveram preciosidades, que infelizmente não consigo mais lembrar dos detalhes sórdidos.

Certa vez o cliente era uma lanchonete, fast food, cuja a especialidade era Hot Dog. Daí o nome de Black Dog. O mascote da lanchonete era um cão de cor preta. O "job" era uma campanha de outdoor, anúncio e peças promocionais, nada mais que isso. Então alguém perguntou ao contato qual era afinal o diferencial da lanchonete. Foi então que falaram sobre o tamanho da salsicha, pois era maior que a maioria dos "dogueiros" de rua, portanto o lanche era muiiito maior em tamanho que a concorrência. Então depois de pensar e pensar num tema pra campanha, me veio a seguinte analogia: Black Dog é melhor, porque salsicha de negão é bem maior... Ha há há (não sei porque não aceitaram). Os títulos que vieram sobre esse tema eram óoooootimos, seria com certeza um escândalo em SP....

Vamos voltar em 1998, estava eu na Faculdade de Belas Artes, cursando o magnífico curso de Desenho Industrial. A explosão da internet era evidente, não se falava de outra coisa. Foi a época em que universitários nerds faziam sites geniais e vendiam depois a ideia compilada para grandes portais por uma grana preta. Eu e mais 3 colegas, quatro bestas, resolvemos fazer o mesmo...vamos ficar ricos e largar essa bosta de faculdade. Vamos criar um site, ideia genial, ter 2 milhões de acessos e vender pro UOL, pro IG, pra AOL, sei la . Então começamos a discutir possibilidades. As mais variadas idéias foram colocadas em questão numa mesa redonda em plena praça de alimentação, entre copos de refrigerante e croassant de queijo. Algumas como: site de baladas, com imagens ao vivo das grandes baladas de SP, algo que já existia, serviço de busca de acompanhantes pra gays (também já existia), webcam na casa da irma desinibida de fulano, as belas bundas da FAAP, vamos resumir, só coisa que já haviam pensado, portanto nada de inovação.

Foi quando um cidadão, que atendia pela alcunha de "Bomba", porque tomou umas bombas pra ficar forte, teve a brilhante idéia: abrem-se aspas...

"Já sei, porque a gente não coloca uma mini micro câmera numa mosca, conectada na web, e solta a mosca, dessas de padaria num banheiro feminino bem frequentado, transmitindo via internet tudo que se passa num banheiro de mulheres. Vocês não acham isso fantástico e inovador. A gente não vive falando que gostaria de ser uma mosquinha pra estar em tal lugar, sem ser percebido??? Que vc´s acham?" fecham-se as aspas...

Bem, o pior foi convencê-lo da dificuldade operacional em capturar uma mosca e colocar uma mini micro anã camera sobre ela. Fora o fato de treina-la à entrar e percorrer o vestuário feminino, além do pior. Aonde encontraríamos uma camera tão pequena quanto uma mosca? No cérebro de mosca do infeliz, talvez. Depois dessa, do precursor do "you tube" em fins da década de noventa, eu desisti de ser o novo ricaço do vale do Silício.

Vejam só esses causos vocês não encontram nos livros do Dualibi ( o D da DPZ), nem na biografia do Oliveto, nem do Nizan e cia. Hahaha na foto, uma intervenção urbana do Marc, um designer gringo, muito bom.

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