quinta-feira, janeiro 31, 2008

escombros


Escombros. Se pudesse me representar, seria assim, amontoado de entulhos, escombros, ao tempo. Sei bem disso, o motivo pelo qual trabalho nesse vídeo, ou curta metragem, documentário ficcional, ou sim, ou não. Um escombro de uma casa abandonada. Nesse filme, já faz 2 meses que estou engajado, é sobre mim mesmo. Não é a casa o objeto principal, sou eu. Minha vida, minhas reflexões, minha existência.
Por isso tudo os planos assimétricos, a câmera tremida em certos momentos, intensional, o desequilíbrio, a agonia, assim eu vejo, um trabalho pessoal. Poderia ter montado uma equipe de três ou quatro pessoas, o que não falta é gente querendo fazer cinema, curtas, audiovisual, com intuitos de arte e fama (a fama eu dispenso). Por ser tão pessoal a mim, decidi trabalhar sozinho, como diria Glauber - uma idéia na cabeça e uma câmera na mão.
Não sei como tenho me concentrado nesse trabalho. O improviso experimental é meu guia, confesso, nada foi projetado, o acaso muitas vezes fez o serviço. Isso não é papo cabeça de artista pós moderno. Eu poderia ter feito um story board, um roteiro (afinal tantas oficinas de roteiro que fiz), mas não estava sabendo o que fazer, simplesmente fui atrás de um canto, um set de gravação, encontrei mais perto ainda, quase ao lado de mim, e passei dias filmando, explorando, observando. Se eu fumasse, me vejo, entre as paredes cinzas e rústicas do local, fumando cigarros e cansado, observando com a câmera e o tripé em mãos. Não fumo, menos mal, estou em vias de terminar. É isso.

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