sábado, dezembro 22, 2007

Detesto sábado de noite. Eu bem sei, 99% da humanidade ama e morre por um sabado noturno. Mas eu não sou a humanidade, ainda bem. É como disse "brilhantemente" quase num impulso num desses posts abaixo, que escrevo no calor e no frio do pensamento, sem revisar palavras e aposto no fato de que me dou autoridade suficiente para lidar com erros e acertos - falei que no sábado é quando eu DESISTO. É por aí ... admito que tudo que penso ou planejo ao longo da semana perde a razão de ser e estar no sábado a noite.

Tenho trabalhado com cinema, no atual momento dois roteiros pra dois curtas pra dois projetos diferentes, que não cabe explicar - detesto me publicitar. E hoje, agora, se bem que faz alguns dias, penso no quanto é DESCABIDO a atividade cinematográfica. Leve um leigo pra assistir por trás das cameras a execução de um filme, num estúdio ou externo e depois lhe pergunte o que achou - ele vai dizer o certo: odiou.

Estar dentro de uma produção seja como o diretor, ou ator, ou maquinista é as vezes pensar - que diabo vai dar essas cenas. Parece que nada ali dará num bom filme. Aí depois vem o montador assistindo as cenas brutas ao lado do diretor, e diz - isso dá um baita filme. Tudo porque na edição (montagem) acontece os milagres e finalmente a estória nasce.

Ao ver SANTIAGO, de João Moreira Salles, essa dúvida filosófica me pairou. Angustiado, quase desisti de tudo. Quase parei meus cursos de direção de Arte, direçao de cena, enfim, quase surtei e disse pra mim mesmo; isso não é arte é um ABSURDO. A relação do cinema com o teatro é também intrigadora. Pra Beckett provavelmente não teria diferença. Duvido ele seguir manuais de direção de cinema. Mas ele foi o HOMEM...

Em Santiago, do JMS, é preciso assistir - embora seja um filme sem apelo algum - é um Doc. irreal, uma ficção abstrata - um filme esquecido por 13 anos, refeito depois, que se configurou na explanação do filme sobre o filme - compliquei - pois é preciso ver. Isso se um dia alguém conseguir encontra-lo pra assistir, porque não é filme de ver em cinema, apenas em festival. Jean claude Bernadet explicou bem melhor que eu essa película instigante de Moreira Salles - que o próprio pensou mil vezes se devia ou não exibir.

O fato é que hoje tenho vontade de largar tudo. Não me anima pensar que o cinema é irreal e o que vale mesmo é a edição. Ainda assim, com toda mentira - Alex por Malcom MacDowell é meu vilão arruaceiro cyber punk preferido e senhor Kubrick é genial.

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