sexta-feira, janeiro 09, 2009

Sofro do mesmo cansaço de Virginia Wolf. O mesmo que a levou ao suicídio. Não dá pra explicar muito bem por palavras. É apenas um descontentamento com a vida. Não que haja desgraças, traumas e injustiças da vida comigo. Não é isso. Se fosse isso, seria melhor, teria um sentimento de revolta, de revanche, partiria para batalha, lutar e sangrar, conquistar, vencer aquilo que deve ser vencido. Mas não há nada que deva ser vencido. Não há guerras para se travar. Minhas trincheiras são refúgios de moscas, sapos e baratas. A vida pra mim não é injusta, o mundo não me deve absolutamente nada. Por então dizer, não tenho tantas razões. E o básico do cotidiano, este é insuportável, as pessoas ao redor nada cativantes ou interessantes, estão praticante cinzas. Sou um daltônico balzaquiano, uma visão pálida, esbranquiçada, sem sal, sem açúcar. Não há livros sacros ou auto-ajuda que resolva, best sellers inúteis que minha razão destrutiva faz questão de rechaçar e ignorar. Estive lendo Anthony Robbins, um tal guru da neurolinguística. Uma bobajada sem fim, pra vender milhares de edições e faturar com palestras por todo mundo. O discurso dele é o mesmo dos pastores evangélicos, que abandonaram de vez a liturgia para prover palestras de ajuda mental e espiritual e vender o sucesso aos fiéis. Na atualidade liturgia é inútil. Todos querem, inclusive os crentes algo maior que o pedaço do céu. Desejam motivação, entusiasmo, força mental paa vencer trincheiras, conquistar, lucrar, sucesso pessoal e profissional - aqui na terra dura e crua. Rituais sacros não servem. Por menos disso Virginia Wolf não suportou. E até quando vou eu aguentar!?!?!?!?!?!?!?!?!!??!?!?!?!?!?!?!?!?!????????

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