sábado, fevereiro 21, 2009

reflexões pós ler Bauman sobre a pós-modernidade

Ler Zygmunt Bauman, um escritor sociologo e estudioso da era contemporânea é essencial pra não se entender a atualidade - o problema não é o Bauman, um grande pensador, mas a própria sociedade que não tem mais nenhum direcionamento. Essa ausência de rumos ou futuros é o próprio resumo do período pós-moderno. Mas já me parece que estamos noutro período, o pós pós, talvez, o super-moderno. Esse período é de total confusão existencial. Ninguém sabe mais se é a fé ou a razão as verdadeiras motivadoras da existência de cada indivíduo. Na dúvida ambas são conectadas às futilidades da vida. O pós-moderno é característico da descrença, e o super moderno da crença excessiva no sagrado e na vida tangível (algo como um carpe diem evoluído).

Indivíduos perdidos entre a razão e o espiritual, tentam se salvar no céu e na terra. E para completar a bagunça ideológica, tem o meio ambiente como novo paradigma. Pra mim é assunto velho e ultrapassado, mas o mundo descobriu o quanto é "cool" preservar ideologicamente o meio-ambiente, porque apenas no campo da ideologia se preserva algo. O mundo de repente vai crescer zero porcento em 2009 e todos estão preocupados com a crise, o poder de compra despencando - como é que se pode querer salvar o planeta e ao mesmo tempo crescer mil porcento ao ano, comprando e vendendo alucinadamente.

O super-moderno é assim, todos pensam que são atuantes e que realmente transformam a vida e o mundo. Todos querem se salvar, mas sem muito esforço, garantir os privilégios e ser livres da fé - mas nas horas de aperto, que a fé lhes salve a razão. O passo adiante da modernidade foi a descrença, e agora a crença na descrença quando assim for proveitoso.

Um comentário:

San disse...

É que na Polônia de Bauman não existe carnaval...Mas talvez na Alemanha de Schopenhauer existam alguns foliões disfarçados de neonazistas...