terça-feira, novembro 04, 2008

mundo mundano

Continuando a saga da futilidade que se tornou nossa vida - enquanto astrônomos buscam vida inteligente fora da Terra, eu desisti de buscar vida inteligente dentro da terra, de carne e osso, deveria olhar pro céu, mas sinto dores no pescoço, resultado de noites pessimamente dormidas - descubro beirando aos 30 que sequer dormir eu consigo, esqueci como se deve ter uma boa noite de sono, exceto ao tomar uma dose dupla de relaxante sedativo. É motivo suficiente pra desanimar - a Bienal de Artes está desanimadora, a conversa com pessoas muito pior, ainda prefiro um dialógo monólogo com minha pastora alemã num passeio a tarde. Vez ou outra tenho desejos materialistas, tão passageiros quanto as nuvens negras de chuva ou calor que brotam e desbotam em pálidos cinzas no céu de São Paulo. Eu não sei, teimo em pensar, deixar meu corpo e flutuar acima da humanidade e dizer - "e aí é isso mesmo" - me interrogo, tento me direcionar em algum rastro ou rumo confiável, funcional, tento me concentrar nas minhas pesquisas acadêmicas, o mestrado, o filme que estava produzindo e tive de interromper por conta da entrega de trabalhos e "papers", tento ver um futuro nisso tudo, alguma razão em se fazer - estudar tanto pra que, de repente acordo numa manhã qualquer com essa mosca zumbindo em meus ouvidos - desconforto total. Olho meu rosto no espelho, geralmente acordo com aquela feição de ter passado dias na esbórnia em algum prostíbulo cercados por putas francesas e austríacas cheirando a perfume de mulher e bebida - só mesmo aparência. Tenho estado apenas mergulhado em mim mesmo, nada de luxúrias e esbórnias, mesmo assim meu estado cansativo não passa. Definitivamente não vejo alternativas. A solução é ir vivendo aos barrancos e dando trancos e pontapés.

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