sábado, novembro 29, 2008

Uma vida de mentiras...


Nossa vida é uma mentira contada todo dia, todo segundo. A lógica da existência é mentir. As mentiras do mundo da felicidade, da política, da razão, de deus e religiões, a mentira da ciência como salvação e esperança, a mentira de nossas mães e pais. A vida é sim, uma devastação.

Vive-se a mentira do mundo que deseja se salvar, através do meio ambiente porque repentinamente se descobriu a importância da preservação e toda essa baboseira repetida pelos cantos, por nós todos, moralistas de caras e bocas, sempre entendidos e super atualizados. Estou cansado do mundo, mas de mim, da politicagem que fazemos. Não apenas a política partidária, mas a politiqueira da rotina, desse nosso cotidiano que nunca mudamos porque não queremos e portanto, ninguém está salvando ninguém. O ambientalismo foi incorporado ao marketing pra fazer mais dinheiro, e só, nada vai mudar.

As ONG´s estão entre corrupções e ações pequeníssimas que no fundo não passam de uma culpa de alguns poucos. Existem sim mentiras do sistema, aquelas maiores que nos controlam - por exemplo, já sabemos que existem hoje carros que poderiam ser movidos faz mais de dez anos por eletricidade, água, vento, etc e etc. A tecnologia evoluiu e hoje não precisaríamos dessa merda de petróleo ou etanol, mas quem disse que o mundo precisa saber a verdade? Quem vai lucrar com carros movidos a ar ou sol, ou sei lá o que? Deixem o mundo queimar o ouro negro e dane-se, depois, se inventa algo inteligente como "neutralização de carbono".

Falo isso, não porque estou preocupado com o clima, porque já desisti e porque não estou me importando se amanhã viveremos o desastre (ja vivemos). Mas me cansa essa baboseira de protocolos de Kioto, Rio 1992, encontro de líderes de países G20, G10, G1000, reuniões e jantares, homens engravatados ou palestras de nomes da ciência, Al Gore, Di Caprio, usando cinema, TV, internet pra falar da importância do despertar do mundo adormecido para o aquecimento global, blablablablabla - estamos todos ligando a chave de nossos carrões beberrões de gasolina e acelerando fundo - nós estamos comprando às prestações carros pra garantir nossos privilégios - num momento de crise se fala em alto e bom som - COMPREM ATÉ ACABAR SUAS POUPANÇAS - é essa a lógica contemporânea.

Se o consumo acabar, o mundo entra num colapso, a gente fez essa merda, e depois perdemos tempo com palestras e seminários, empresas se pondo como MODELOS de sustentabilidade - enquanto não passam de "cases" de marketing muito bem arquitetados pra enganar o senso comum das milhões de carcaças falantes semianalfabetas (com ensino superior inclusive) que assistem TV, futebol e adentram universidades pra garantir festas e churrascos em campeonatos esportivos durante 4 ou 5 anos, ou até mesmo, sexo fácil com universitárias bebadas em cabanas improvisadas - ahhhhhhhh. E os mestres ou professores conseguem o inexplicável que é simplesmente não saber se explicar - o tal do intelectualismo (ou inutilismo acadêmico se preferir) ou como uma professora de português dizia na oitava série - "zé você só encheu linguiça nessa questão". Basta tentar ler os livros lançados nas mostras de arte ou bienais, cujo autores são professores das maiores "patentes" acadêmicas do Brasil, porque não dizer da USP - é pior que achar pelo em ovo, retire dos textos frases soltas e forme tópicos para se ter a idéia da perda de tempo, da gráfica e do leitor. Estes mesmos professores que dão aulas pra esses mesmos alunos e tudo transparece uma grande ciranda infinita - que estou atrelado também.

Quando me dá essas febres e preciso tomar alguns psicotrópicos, sempre antes de adormecer 20 horas seguidas e pisar em Marte, tenho surtos imaterialistas, e deixo a realidade derreter como as geleiras do Ártico, casa dos pobres ursos polares. Nessas horas falo um foda-se pra minhas realizações fracassadas, e naufrago os poucos planos e objetivos em vida. Isso acontece em noites de sexta e sábado e culminam num domingo detestável de olheiras, dores na nuca e no corpo, mau humor e um amargo gosto na saliva, uma lágrima seca que coça meus olhos quando fito esse horizonte. Lapsos de verdades, num mundo de mentiras. Sinto-me desprezível como ser humano. Sorte de outros bilhões que estão aí literalmente gozando a vida, cegos e surdos, gordos e felizes, todos filhotes dessa vida de mentiras. Esta é a estética do tédio, do desuso e da desmobilização. O mundo não precisa ser salvo, porque talvez nossa destruição seja simplesmente os fatos comprovando os atos, na pior das hipóteses, estamos sendo prova da nossa razão, que como toda razão leva a muitos acidentes.

2 comentários:

San disse...

Como dar palavras ao que se passa nas nossas deliciosas realidades imaginárias?
Talvez a mentira não seja um mal tão desnecessário...

San disse...

Voltando ao nosso mundo de fantasias.