quinta-feira, abril 26, 2007

estórias

Vaitibora daqui gritou o velho de espingarda na mão ao mulambento sem eira nem beira que tratou de espichar os passos pra não levar nas cadeiras.Ele se foi e no caminho tropeçou numa pedra que lhe arrancou a unha. Isso que dá ser um rameiro descalço, nem pode ter um par de botas. Pronto, não tardou a gritar, pulando feito sagui, tamanha era sua dor, que o fez lembrar de quando ainda criança lascou a unha do dedão, numa pedra enquanto brincava no descampado. Entre a dor e a nostalgia.

Não é um tanto fora de hora, memórias esquecidas renascerem depois de uma topada? O fulano sentou-se na beira da estrada, blasfemando contra a sorte desgramada, sentia as latejadas da dor, não pior era a saudade da vida perdida que aquela fatalidade de estrada, tão comum, pra não dizer besta, lhe fizera sentir no peito - Foi Deus, foi Deus do céu...
Repetia isso até mancando voltar a caminhar.

(escrito ou psicografado por Pablo no díario de bordo orkutiano - 2007)

Um comentário:

Anônimo disse...

Entendi nada