terça-feira, abril 10, 2007

Descontruíndo-se


Não é fácil senhores e senhoras. Eu tento, eu tentei ser comercial, melhor dizendo, tentei a normalidade. Mas como sempre eu não aguento, não consigo, de repente passa por minha cabeça palavras blasfemáticas. Quando fecho os olhos e vejo no escuro, pois sim, posso ver de olhos fechados, como dizer, vejo no limiar de minha alma com o corpo, ou talvez vejo as trevas de minha essência, poesias banais, mas quando vejo essas palavras, de fontes variadas, Times, Tahoma, Helvética, em negrito, itálico, enfim, meu lado normal e comercial desmorona.
Meu Império perdeu a razão quando deixou de ter razão. Eu tinha algo a dizer a mim, não a vocês, para mim. Era algo perdido em algum neurônio, dentre os 30 bilhões que dizem que os humanos carregam no cérebro. Não encontrei, não fui capaz de fazer esse "algo a dizer" sair por alguma passagem no emaranhado de neurônios. O resultado disso é que mesmo antes de terminar as paredes imperiais de minha obra, já "desgosto" e não temo dizer isso.
É como iniciar a construção de uma casa, sem um arquiteto. Se confia na palavra do mestre de obras, senhor sem estudo e conteúdo, mas com vicência. Vivência em levantar paredes retangulares, lajes e nada mais. Quando termina você entra na "sua casa" e percebe que não é a "sua cara". Ela não diz nada para você, porque nada tem a ver com você.
Eu confiei nisso, nesse mestre de obras de mim mesmo, então deixei o barco correr. Aí fui ler Beckett, sabendo dos perigos que estaria correndo, foi o que pensei. Agora não hesito em dizer, que errei e gastei tempo em algo que não era o que imaginava.
Poderia me calar, me cegar forçosamente, fazer o que iniciei, depois com sorte publicar, vender para algum diretor de cinema gringo, um "Zack Snider" da América, ah isso me dá dor de estômago. Um cara que fez "O retorno dos zumbis canibais" é o melhor diretor de cinema aos jovens de hoje. Tudo porque ele deu voz ao Rei Xerxes da Pérsia (que voz ridícula fizeram ao Santoro), num filme baseado numa obra de Frank Miller, 300, que li quando tinha 16 anos, e já naquela época achei "simplório", dando créditos aos desenhos e nada ao texto de Miller, que não dizia nada demais. Já naquela época, buscava algo a mais pra ler, mas não conhecia Sartre, Dostoieviski, Neruda, etc. Também não tinha experiência pra entendê-los. Lembro que aos 14 eu lia na escola Machado de Assis, mas é diferente, narrativa realista. Ao ler na mesma idade Clarice Lispector, odiei aquela mulher esquisita. Clarice é o tipo de autora que veio de outra dimensão (alias, eu estava em qual vida mesmo quando a li pela primeira vez?????????). Quando não se compreende Clarice, acaba-se odiando. Mas depois, pelas mãos do destino, passei adorar seus versos e textos anormais.
Se estivesse usando uma velha máquina de escrever, já teria amassado as folhas. Mas como não, só tenho que mandar tudo pra lixeira, todo o Império. Mas resolvi deixar, talvez terminar, para vamos dizer (pausa buscando a palavra).... servir de exemplo. De algo que não fui eu.
Se Beckett recusou uma de suas obras, porque não eu????????????????? Vou terminar para ficar de prova, que diante de muitas contigências, que desconheço (fraquesas e frustrações) na tentativa de ser normal e comercial, eu fracassei. Antes tarde, antes que a noite caia, eu avistei minha verdade, mas confesso que não sei ainda como chegar até ela. Só sei, que tudo que fiz até o presente instante, não sou eu.
Não era isso

3 comentários:

Anônimo disse...

Vc é um idiota...patético e vive perdido em sua idiotice. Vc nem deveria ter nascido.

Anônimo disse...

hehehe, arrasando coraçoes heim...deve ser alguma apaixonada
E aquela top model????????

Anônimo disse...

Queria falar desse seu post. Mas nao compreendi bem. Vc tá vivendo quantas crises atualmente?? Vc é um deus da desconstrução mesmo. Viu como tá bom meu portugues...ehehe...graças a vc.