sexta-feira, fevereiro 22, 2008

escombros e destroços










Meu corpo não pode mais desanimar. Não mais do que já está estremecido entre destroços e escombros. Continuo a viver, continuo a escrever, produzir, tenho assim desviado minha atenção para as coisas da vida, como por exemplo ser feliz. Desacredito, dentro do meu universo que exista isso em mim. Estou vivendo como aquele físico - Hawkins preso a uma doença degenerativa, comprometendo sua vida, mas ele fez dela, a vida, um mero objeto para os estudos físicos. Não tenho, que eu saiba nenhuma doença fatal, mas faço da minha vida um mero objeto para minhas criações. Sejam elas boas ou não, sejam elas quais forem.
Eu escrevo para não chorar, porque não sei chorar. Eu penso, reflito, crio personagens, construo narrativas, estórias, vídeos, filmes, luz, sombra, música, comportamento, tudo para não viver. Aprisiono minha existência na criação artística. Há quem pense, que artistas vivem em festas, premiações, sarau, cocktail, happy hour, bebedeiras, vodka, vinho, orgias, vomitos e drogas.
Mas a arte, ou a vida dentro dela, é muito sem graça.
Assinado: Eu.

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