sexta-feira, fevereiro 15, 2008

no escuro...


Aqui do escuro reina o desânimo da desesperança. Quanto ao [des] prefixo da negação é sempre meu companheiro. Falar do cansaço da alma é clichê. Estou me repetindo faz anos. É como mensagem perdida em antenas e satélites espaciais que ficam indo e vindo nos rádios velhos e com chiados- causam entropias.
Sobre o cinema, quero dizer, o audiovisual, tudo parece estar muito bem por aqui em terras brasileiras. Nunca se fez tanto filme, com tanto dinheiro público, em especial da Petrobras. E nunca se exportou tanto filme pra festivais, porque cinema brasileiro "is made for gringo". Não é crítica, nem destempero, mas o cinema feito com dinheiro público é pra inglês ver, americano ver, francês, enfim. No Brasilzão, nem sala de cinema tem, nem teatro, só poeira. Se não for almas revolucionárias como projetos de cinema itinerante levar a produção de curta e longa metragens, feitos com verbas públicas federais e estaduais, através de seleções de roteiros, ninguém veria nada. Nem nas metrópoles, como São Paulo, que deve ter uns 40% de todas as salas de cinema do Brasil e só passam enlatados americanos. Culpa também das pessoas. Sempre preocupadas com entretenimento, apenas isso. Ah, que se danem esse povo.
E quanto aos roteiros, nas seleções, sempre ganham o mesmo grupo. E muitos roteiros, são chatos, meio "chinfrim", bocós, não sei quem julga se o problema deles é a falta de leitura ou a má leitura - problema este de todo Brasil - 24% dos queridos universitários do Brasil são semi-analfabetos. E isso é verdade mesmo, não estatistica de boicote.
Ou seja, a meia dúzia que faz cinema, não tem onde passar, a não ser diretores famosos e globais como Daniel Filho. Mas tem coisas boas sim, roteiros excelentes, especialmente de curtas. E pra surpresa, dos melhores que vi, são fora do eixo RIO/SP. Do Nordeste tem sido produzido bons filmes de ficção, de experimentação e documentários. Petrus Cariry é um bom nome, por exemplo.
Hoje em dia com internet, tá muito fácil ser diretor de cinema. Todo mundo se acha cineasta, dramaturgo, é a vaidade, o egocentrismo. E já fui do pensamento que a Internet foi um bem para produção artística, dando o espaço que antes não tinha, inclusive falei disso aqui nesse maldito blog. Como não tenho merda de convicção nenhuma, "desdigo" tudo que disse outrora. Mesmo com tantos anos no meio do design, da escrita, do audiovisual, amador ou profissional, enfim, não costumo encher a boca pra falar de mim; meu marketing pessoal é uma merda.
Ou seria o Mkt do Mundo a merda então?
Estou deprimido me perdoem.

Um comentário:

Stefano disse...

Fazia tempo que não vinha aqui.
Gosto dos seus textos.