sexta-feira, outubro 10, 2008

Próxima parada (assim se a Fapesp deixar)


Não me lembro quando pensei em mim pela última vez - digo pensar como ser humano, como membro da sociedade e através de relacionamento inter-pessoal. No momento a humanidade não passa de um instrumento para minhas pesquisas e projetos. Uma interação mediana, pouco minuciosa. Minha tese de mestrado ocupa boa parte do tempo cerebral diário. A partir dela, farei um ensaio sobre cinema soviético e cinema cubano na era comunista de Fidel Castro (em 2009 visito Moscou, darei um "oi" para a múmia de Lênin). Além de tudo isso, trabalho numa pré-produção de um curta metragem ficcional, cujo roteiro também é meu. Paralelamente trabalho com artes visuais experimentais, literatura, performance e video arte. Penso, penso todo tempo. É um pensar constante. O prazer parece que me foi esquecido, roubado, extraviado de mim. Não importa, não faço por dinheiro, até porque não ganho nada por trabalhar com arte visual, isso não me dá um salário ou coisa assim. O mestrado me paga a bolsa, é o suficiente. Consigo tempo para não ser um escravo diário de um emprego com patrão, metas, bater o cartão na catraca de manhã e a noite, ser um gado numa boiada urbana. Tudo que nunca quis ser. O preço que pago é pensar todo instante. E não acabou, penso em criar um Grupo de Arte Contemporanea - dança e teatro e adaptar Kafka, Beethovem, Mozart, Balzac, através da perfomance musical abstrata, etc e etc (preciso encontrar coreógrafas além de tudo). Me pergunto - aonde vou fazer tudo isso - respondo - num quadrado qualquer desse mundo, mesmo que seja para às moscas.

Um comentário:

Elleona disse...

Magnifique photo.
Bonjour de France.