sábado, maio 05, 2007

o autor



Na caverna permaneço dialogando retoricamente com minhas sombras, dando-lhes de forma presopopêicas vida qualificada. Nesse período recluso que migrei de forma onírica para Sibéria, atravessando as Tundras congeladas, coxilas cobertas por neve, chegando até Afeganistão, sendo possível, vejam só encontrei a jovem fotografada da National Geograph, de olhos profundos e mais sofrível e equidistante que pude observar em toda vida. Depois recebido na mansão cavernosa anti bombas de Bin laden, fizemos uma refeição - foi quando ele expos sua indignação aos infiéis capitalistas do ocidente.

Eu que estava me danando pra filosofia islâmica de Bibi - o Bin laden, somente queria discutir arte. Pois bem, ele é um dos últimos artistas da Land Art - da arte conceitual performática do Novo Milênio - afinal enfiou 2 aviões dos grandes em duas grandiosas torres que funcionavam como 2 pênis norte americanos, capando por assim dizer toda uma nação que acumulava semen em suas glandes e depois ficou toda gozada na cara, sentindo aquele odor de porra ingenuamente engolida.

Queria saber onde ele enfiaria o próximo avião, talvez, dei essa sugestão, um BOING nuclear no cu do mundo pra explodir merda e aforgar toda a humanidade em si mesma.

Bom retornei ao Novo Mundo na sua porção Austral para hibernar-me solitariamente a respeito da minha metamorphose ao contrário. Antes fora eu, uma persona multi-fragmentada em mundos e realidades distantes. Agora não mais.

Toda e qualquer vida e não vida, psíquica e fisiológica se misturou, como vitamina em liquidificador. Essa vida pastosa, aglutinada, é minha nova realidade. Todos se colidiram homogeaneamente.

Essa série de "estórias", não importa sua qualidade literária, nem função de trama, representam um estado de espírito. É como chegar ao fundo do poço e descobrir que nele está-se atolado não em lama, mas em merda mesmo. Grandes metáforas estou escrevendo hoje.

Sou um escrevedor, desenfreado, ignorante, descabido, influênciavel, sincero, totalmente sabedor de limitações, de fraquezas e que simplesmente não tem função qualquer na superfície terrestre. Resta-me escrever e duvidar, escrever e criticar, tudo a mim.

Por fim, não sei quando irei terminar essa coletânea inútil, aos que estão acompanhando, se não encontrarem algo melhor pra fazer, boa leitura. P. Montevideu

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Estórias
É ele, chegando em casa. Eu sempre digo que o melhor da vida é sair e chegar em casa. Tudo que precisamos é sair e quando estamos fora, queremos voltar. O importante é ter uma casa. Visão simplista de algo complexo como o viver. Mas o homem que falo é simplório por demais.
É desses que passa pela padaria e diz olá para todos. É um homem pacato na minha visão, na visão de qualquer um. Vive entre seu emprego de funcionário público e colecionador de borboletas que não vende por nenhum dinheiro.
Casou-se, mas separou-se, diz ele que a esposa era muito porca. Não tomava banho e nunca depilava a virilha. Desgostou quando a viu tomando sopa no jantar, dando aquela chupada na colher desprezível. Ele diz aos amigos, o pior da intimidade é dividir o banheiro e sentir o cheiro das fezes do companheiro. Depois dessa, largou a mulher, saiu de casa, hoje vive só nessa pensão desgramada de tão abafada. E quando tá em casa ouve rádio, na verdade, gravações antigas das rádios das décadas de 30 e 40, do tempo de Al Capone. Não se sabe como conseguiu isso. O fato é que despreza a imagem, os satélites, fica ouvindo notícia velha, locutores mortos, vozes chiadas pela pecaminosa transmissão, sua casa toda está no passado velho.
Saudosista ele? Quem não é? Quem não lembra nostalgicamente do passado e pensa em voltar, reviver, mesmo o mais modernético dos jovens, deve-se lembrar de minutos passados do tempo que tragam boas recordações. O futuro se faz desejando o passado.
P.Montevideu

2 comentários:

Anônimo disse...

Que horror
parece um mendigo
credoooo

Anônimo disse...

Deleta esses cretinos anonimos. Em Taiwan vc seria mais famoso que Brad Pit...rss ;)