quarta-feira, agosto 15, 2007

Reis ou Rainha, todos são Mentira


Eu tenho Reis de mentira, outros Rainhas, Gerald teve uma avó de Mentira. The Queen Liar, com sotaque alemão, ou melhor sem sotaque, isso foi apenas efeito especial de teatro. E sobre mim, pesou-me alguma verdade oculta, eventualmente de plantão no espetáculo. Num dado momento, peões moveram-se no meu tabuleiro. No lugar do rei, havia meu rosto, com uma venda, me cegando para que eu caminhasse entre as trevas, com sombras grotescas e demônios sedutores, me acariciando, degustando carne viva - um horror. Era alguma culpa, auto proclamada, mas não era eu a vítima?! Havia um frio, não, isso era o ar condicionado em desajuste, reclame na saída, o frio era proposital do diretor espetáculo então, queria nos fazer sentir no inverno alemão dos campos de concentração, absurdo novamente, esse frio era sua mente presa ao passado. O que seu pai fez ou aquilo que não fez, deixou sozinho, um menino na gaiola, lembrou até do pássaro preto aprisionado, um dia tentou abrir a jaula, mas o pequeno corvo não saiu, prefiriu a solidão. Tanto que desprezou o amor da musa amada, outro fantasma, de olhos orientais que lhe tentou na cadeira H7, vaga pelo senhor que nos quinze do intervalo, pegou a senhora dele e escafedeu-se pra casa. É o pai, é a musa, é a sua mãe, tantos carcereiros esse menino carrega. E hoje, Ele, jovem adulto envelhecido na alma, por fora a pele é vitoriosa, caminha a sós, junto ao passaro preto da velha gaiola, dentro de outra ainda maior, no quintal quadrado da antiga casa, sobrado germinado ou de sua mente conjugada 2 quartos, sala, banheiro, cozinha copa. O qual ele paga a duras prestações, por mais cem anos com juros.


Conto [des]inspirado em alucinações a peça Rainha Mentira - de Gerald Thomas

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