segunda-feira, março 31, 2008

Ao mestre com carinho


Tenho uma admiração por esse homem. Todos os gênios das Artes foram loucos, desregrados, altruístas, depressivos, violentos, pecaminosos, vaidosos, extremamente destrutivos, mas esse homem não. Esse homem aí é sereno como um rio - como ele mesmo gostava de dizer - de águas escuras e calmas, que no fundo guardam mistérios.

Esse homem aí foi o maior escritor brasileiro (pra mim) e está na lista dos maiores de todos, desde Euripedes, Sófocles, Shakespere, Joyce, Beckett, etc e etc. Esse homem era gênio da linguagem, clássica e formal, dos neologismos, da observação do humano, do universo - e contava as estórias do jeito só dele (incopiável). Como bom mineiro, quieto, até mesmo na hora de ocupar seu lugar na Acadêmia - tão discreto morreu alguns dias depois. E o discurso do Homem - "eta homi que falava cheia de complicância sô"

Iria escrever um "ensaio" como fiz com Beauvoir ano passado sobre a foto de sua "bela bunda" fotografada em 1951 por Art Shay, que esse ano deu o que falar na França (centenário de Simone) mas, contudo, não dá. Guimarães, falo abertamente, porque é o mestre. Sem embramações, metáforas, afinal ele fez tudo isso "duma tacada só" - pelas Veredas do "Ser tão" - de Riobaldo à Diadorim - nesses Gerais infinitos.

Quanto a mim, vou capengando - exausto, pelo Sertão marciano.

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