domingo, maio 25, 2008

império das lamentações

Ah, esse recinto mais parece o muro das lamentações de Israel. Um monumento às minhas lacunas e fendas, fechadas ou entreabertas, do passado e presente. Tentei por isso tudo em forma de poesias ou prosas - tenho falhado. O roteiro do filme não saiu. Tenho até perceria para produção, pois não é difícil encontrar quem tenha vontade de trabalhar com cinema, mesmo sem rendimentos, mas eu pouco me concentro. Fico esperando o ânimo surgir de algum fato qualquer, como se o vento empoeirado pudesse soprar minha motivação de algum canto do universo - absoluto engano. A mente humana é capaz de criar suas próprias determinações, seus próprios encantos - exceto a minha que aparentemente sucumbiu. Ah, estacionei minhas criações, não vou pra lá nem pra cá. Olho pro ano anterior, quando estava escrevendo ou pintando sem pensar no amanhã e percebo que o tempo atual de estiagem e vacas magras é a ciranda da vida. Como na econômia, não há lucro que dure pra sempre, nas Artes, não há inspiração que vingue eternamente.

Um comentário:

La Maya disse...

É o ciclo... sem dúvida é o ciclo da vida.
Mas a inspiração e a vontade de criar voltam da mesma forma que foram...