segunda-feira, maio 12, 2008

Maio de 2008

Ao invés de falar de 1968 - o ano que nunca acaba, vou falar de Maio de 2008. Em Maio de 2008 descobriu-se que a revolução coletiva não resolve. Apesar do alvoroço e dos mitos, sobram apenas suspiros. Em Maio de 2008 o mundo é vazio e chato. Era preciso 40 anos atrás uma revolução individual - e hoje nem isso pode-se pensar. A Terra então, chacoalha-se, como se quisesse espantar o tédio dessa chatisse toda - morrem aí 9.ooo. Antes, dias antes, foi o vento, mais números - 20.000, sem problemas o PIB do mundo cresce dois dígitos . Tudo fica contabilizado pelos olhos que tubo enxergam - e somente isso. Aprizionados em afazeres do dia e da noite, ninguém sente de verdade - insensíveis. A vida segue, já diz o lema de Maio de 2008 - o tempo não perdoa quem para pra pensar. E amanhã, vai a chuva, vem o Sol. Ficou tudo assim, indiferente. Uma indiferença que corre junto às mensagens via cabos de fibra ótica, e os desejos de auto realização, a vida em função do trabalho, do cotidiano. Em Maio de 2008 as pessoas são presas em congestionamentos, ou dentro de estações subterraneas esperando o trem. São horas de ir e vir, isso não é vida - não há revolução individual com esse processo kafkaniano. Ah, Franz, se você vivo estivesse - em Maio de 2008 são felizes aqueles que dão o suor e esperam a cerveja, o churrasco e o futebol do fim de semana. Pra esses, já se passou a revolução individual. É passado, agora.

(aos futuristas)

Um comentário:

Anônimo disse...

brilhante o teu post Mau. Saudações, Carlos.