segunda-feira, abril 28, 2008

De tempos em quandos - esse blog perde a razão e se torna incoerente como estas palavras já em suas iniciais e tal qual, como eu mesmo, seu dono - não à toa se chama Império das Causas Perdidas. Já usei esse espaço pra postar lá no começo algumas porcarias de trabalhos em colagens, estencil e grafites em paredes que fiz em 2006 - minha mãe falava - "vai sair pra pichar muro - ah desculpe grafite". Depois me enchi de trabalhos manuais, tesouras e colagens. Passei a escrever mais do que costumava fazer e postei aqui dizeres, resmungos, urros, mungos, mongos, contos, tales sem pé nem cabeça, de uma irrealidade só minha, de uma gramática que talvez só eu entenda, ou entendia, porque minha memória já começa falhar. Não, na verdade, é mentira, tenho tudo aqui, desses últimos dois anos insólitos, prosopopêicos - minha vida camusiana e de uma melancolia sem fim, já tomou-se por todo, que até se torna melancolicamente estável e feliz - tais estados fundiram-se em mim. Engraçado que não consigo me definir como uma pessoa feliz, nem infeliz e sim melancolica. Afinal, qual o significado disso - e daquilo. Tenho pensado sobre a alma - se tenho ou temos uma - daí vejo um jovem num carrinho tunado, vizinho meu, dando cavalo de pau, acabou de tirar a carta, um golzinho velho todo enfeitado escutando funk carioca no "talo" e penso - impossível achar que o ser humano é algo mais especial que um chimpanzé - dá nisso aí. Perco a fé a cada instante - perco a esperança a cada novo dia que raia no horizonte - isso é uma merda. Sabem porquê, porque não se tem caminhos outros. Fico claustrofobicamente buscando objetivos - talvez comprar um carro, construir uma casa - no final do dia percebo que nada vai me mudar. Então vou sentar ali e ver o mundo acabar. Esse blog perdeu novamente o sentido. Já não tenho usado ele com alguma razão e debulhado palavras, resmungos aí nesses posts, vez ou outra um poema, uma nostalgia, mas são só lacunas de nada. Sequer me propagar e publicitar meus feitos. Que são raros, nessa atualidade. Tenho tido dificuldades de escrever, embora tenha terminado um livro, e ainda ter 2 roteiros prontos já - e duas novas propostas pra se desenvolver. Tudo isso, parece muito, mas são nadas. Senhores e senhoritas vou viajar pra Marte com uma dose dupla e lá começar ou tentar escrever sobre judeus (sem nunca ser um, ou ter sido em família) - escrever sem a pele.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mau,
Acho que voce costuma mesmo escrever sem a pele querido...
Quero dizer, na carne viva...
Beijos